quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Desapego

Minhas coisas
Que vocês fazem
Lá dentro me dói 
E aqui elas jazem

Enquanto você as constrói 

Nada do que foi feito é teu
E quão santo é o meu
Se mal feito pode ser feito?

Já não sei o que quero
E vocês me passam tão pouco amor
Que não se pode nem dividir

Cabe a mim, rir
Enquanto sinto toda a dor
E te falo do que gostei, sincero

Todo o direito do clero
Que manda e desmanda 
E quem sou eu pra te julgar?
Não fui eu quem te fez falar
Nada do que foi feito será perdoado
E tudo o que fiz, no fim...

Foi copiado.

Sobre o Ego e a Mentira

O que é desumano ?
Ganhar um prêmio por ser melhor ?
Tratar mal o que é pior ?
Ou não querer sofrer dano ?

Estar acima do mais pobre ?
Ser feliz por ser um nobre ?
Matar aquele que lhe faz mal ?
Ou desconhecer o seu desigual ?

Sempre querer e nunca ajudar ?
Ter muito sem querer entregar ?
São todos hipócritas

Levando à lógica
Desumano é poder pensar
E mesmo assim não saber amar

                             
                              - Fabricio Lopes -

Sonho vão

Quisera eu, ter poder
Poder Para mudar
Para curar
Ou somente poder

Poder de conversão
Acalanto para os menores
Poder de imaginar
Ou apenas poder tentar

Poder contra os piores
Para poder ajudar os precisos
Poder para libertar os cativos

Poder para dizer não
Porém sou apenas mais um
Sem poder algum

                - Fabricio Lopes -

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Amor maior

Gasto meu tempo
Dinheiro e amor
Gasto violento 
De dias, rancor

Lutas num campo
Forjado de dor
Sua alma é roubada
Pobre amador.

Perdido no meio
Sem nenhuma rota
Sou puro receio

Ninguém mais se importa
Amor idiota
Codinome: DotA

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Aquele Anjo

Ontem eu tive um sonho
Sonhei com um lugar estranho
Meio cinza e um pouco medonho
No entanto me vi um pouco risonho

Havia uma pequena figura naquele tristonho cenário
A doçura do seu sorriso inundava o lugar
Fazia sentir-me bem e querer ali estar
Seus gestos leves e involuntários

Sua beleza era algo incomum
Não me importaria de ficar ali pra sempre
Não se ela continuasse ali presente

Então senti o cheiro de algo comum
Senti o toque macio e quente ao meu lado
Vivendo um vazio que é estar acordado

                                        - Fabricio Lopes -

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

De bala achada

Eu vi tudo passar diferente
Na frente de toda a gente
Ninguém disse nada
E até hoje ninguém diz

A gente se esconde 
Abaixa o nariz
Olha pro horizonte
Só depois da trovoada

Eu vi tudo passar na minha frente
E era tudo inconveniente 
Eu que sou apenas um

Corri pela minha vida
O primeiro alvo comum
Em plena avenida 

Amores reais

Qualquer amor serve
Qualquer carinho
Quando a solidão ferve
E eu fico sozinho

Não é pedir demais
Não deve ser difícil
Amores reais
Sem nenhum precipício

Toda hora eu me sinto só
Mais meia hora e eu viro pó
Perdido na solidão

Que eu chamo "minha casa"
Estendi a minha mão
Me queimei naquela brasa

Vício laranja

Um laranja que acalma
Uma calmeira antes da escuridão
Devagarzinho vai embora
Trazendo em si a depressão

Umas formas coloridas
Que só duram uma hora
Me cura umas feridas
Alegra a minha alma

Já está tudo escuro
O que sinto é saudade
Fico esperando pra ver

Mas não sinto a minha idade
Daqui de cima desse muro
Já vai anoitecer

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pra vida toda

Eu tinha um grande amigo pobre
Vivia no mundo dos loucos
Inventava coisas que não se via com frequência 
E estava sempre em lugar nenhum, longe daqui 

Ele tinha boas ideias, que ao meu ver eram nobres
Uma perspicácia que se via em poucos
No entanto todos falavam da sua estranha aparência 
Falavam do seu cheiro esquisito " um cheiro ruim "

Aquele meu amigo, meus caros
Com a sua tão grande mente
Veio a pensar em algo magnifico 

Meu grande amigo raro
Foi pra longe, pra um lugar diferente
E hoje, eu tenho um grande amigo rico

                                           - Fabricio Lopes - 

À meia-haste

Muda essa tua vida
Sem medo do porém
Não cansastes de tanta ferida?
Olha a diante que tu vais além

Não te digo por bondade
Nem tampouco piedade
Mas por experiência
De pura decadência

Desprezo humano
Que me deixa atordoado
Num país tirano

Num mundo todo errado
Vive isso por mim
Pois já não posso mais ser assim.

Sensatez

Quem você mais vê hoje em dia
Quem você ainda vai ver amanhã
Esses costumes de toda família
Que me deixam doente, de febre terçã 

Ignorância deixada de herança 
Estória contada de boca em boca
Fofoca falada em prol da mudança 
Tudo moldado para uma mente oca

Se você me conta, mas não quer ouvir
Não há discussão, te deixo exprimir
Tamanho respeito que guardo comigo

O ego é maior quando só há um umbigo
Nem pra tudo se tem uma resposta
Na maioria das vezes viramos as costas

domingo, 21 de outubro de 2012

Poço de Maldade


Todo lugar tem uma história
Toda história tem um personagem
Mas nem todo personagem
Consegue a vitória

Vence quem é mais forte
No mundo dos fracos
Tem que se contar com a sorte
E é difícil sair de dentro do buraco

De lá de baixo, no fundo escuro
Onde ninguém lembra do protagonista
A cena é roubada atrás do muro

Para que toda essa intriga se desfaça
O mundo deixa de ser pessimista
Mas ainda é cheio de desgraça.
Obrigado a todos que acompanham as postagens e gostam dos textos, preparei uma surpresa pra vocês, ainda está no inicio então me perdoem a bagunça, mas aqui está : http://www.facebook.com/ovelhojovem  A página no Facebook do O Jovem, velho!  

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pressa de acabar

A gente tenta todo dia acordar
Tenta todo dia aguentar
Mas a vontade de desistir
Nunca deixa de existir

É inefável mas mesmo assim
Eu acho um jeito de dizer
Que mesmo que eu tente ser
Nada nunca vai dar certo pra mim

Fingindo rir na hora
Pra tentar esconder
Que toda a vontade vai embora

Essa coisa de viver
A gente se cansa de tentar
E eu já até cansei de acordar

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O desumano é comum

Não dá pra acreditar no homem 
Que de fato é desumano
As verdades somem
E só o que temos é o cotidiano

Que nos mostra todo dia que podemos 
Podemos ser tudo de bom pra nós
Desde que estejamos a sós 
Mentindo sobre o que fizemos

E quando cairmos, vai ser de uma só vez
Sem muitos arrodeios, uma queda limpa
Para quem fez uma subida suja 

Um toque de genial timidez 
Que sorriso nenhum estampa 
E amigo nenhum estava lá pra gritar: FUJA! 

sábado, 6 de outubro de 2012

Um pouquinho pra cuidar

Quem não tem nada e ganha um pouquinho
Se agarra a isso com toda a força
Mas se o pouquinho não é de agarrar
O mundo cai e só lhe resta quebrar

Quem não tem nada e ganha um pouquinho
Não sabe direito o que fazer, fica meio bobo
Passa o tempo todo pensando no que fará
E acaba por perder o tempo todo pensando

Se um dia o meu pouquinho chegar
Acho que já sei o que vou fazer
Vou fugir pra bem longe com ele
Onde ninguém vai poder me roubar
Aí eu fico lá, observando e pensando
Cultivando todo o meu pouquinho
Tudo o que eu posso chamar de meu

Pena que eu ainda não tenho nada.

Sorriso diário

Mesmas conversas todos os dias
Mesmas pessoas e até os mesmos lugares.
Levanto a cabeça pro horizonte mas ainda assim... Os mesmos lugares.
A gente até que tenta falar aos ventos que estamos felizes
Mas nos falta as alegrias
As vontades,  as esperanças e até mesmo, as vinganças
Um ócio que já faz parte, que atrasa e atrapalha
Que nos deixa sem confiança
É como uma roupa de metal, que se tem de vestir todos os dias
É demasiado peso
E a gente carrega tudo isso... Sem ninguém saber.