domingo, 20 de outubro de 2013

A flor me toca
De revés ao teu beijo
No olhar sufoca
Finjo que não vejo

E toda flor com seu cheiro
Me cativa, me convida
Cada flor na sua vez
Duas ou três 

Rosa pequena
Flor de Jardim
Deitada pra mim

Na seiva afogada
Jaz ali. cansada
Esperando por mim

Amor de poeta

O amor é minha droga, não o sexo.
O sexo é consequência, o prazer é necessário.
Mas o amor é o que todo poeta precisa pra manter a mente anestesiada o suficiente pra escrever.

Todo mundo quando ama é poeta.
Então eu amo, cada palavra, momento, e dor.
Cada conta, detalhe e suor.
Cada gota, cada flor.

Eu amo quem me odeia e me desapego do desprezo
O amor nada mais é que um tempo pra pensar
No que vamos poetizar.

sábado, 19 de outubro de 2013

Pra mim mesmo

Em outros tempos
Tampouco amenos
Dizia-se que amores
Vão e vem

E temores também
Dizia-se que tudo tem porem
E que amar sozinho é ser refém
De uma arma apontada pra ninguém

 


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Colidir o tempo com o afeto
Debaixo dos lençóis
Do nosso próprio teto

Invadir o céu, banhado de enxofre
Com carvão e salitre
Para tudo explodir.
Colidir as vidas
Sem se ferir

Cuidar do que se tem
Mesmo sem ter nada
É o que a vida tem
É o que eu sigo em disparada

Um abismo de nada
E figuras abstratas

Fui o único que vi
O céu desmoronar
O único problema
Que não se pode solucionar

Quanto custa o preço de amar?

domingo, 13 de outubro de 2013

O Homem

Se esgueirando devagarinho
O homem segue a andar
Mente verdades pra todo mundo
Que ousa em perguntar.

- Estás bem, meu bom homem?
- E quem afinal, não está!?

Andando atrasado o tempo todo
O tempo pôs-se a se atrasar
Quem afinal é o homem
Que se adianta por não chegar?

A casa velha em que ele mora
Já se reformou varias vezes
Mas ainda ali retorna
Os fantasmas que homem fez-te

O bom homem não demonstra
Pois sorri brandamente
"Olá, meus caros amigos, que dia mais contente!"

Todo mundo mente.

E é isso que machuca, o homem mente pra nós
E nós nem sabemos o que lhe cutuca.

Mas eu devolvo-lhe o sorriso, como se nada me intrigasse
Será que sorriria tão lindo assim, se eu também chorasse?



O que ela finge

Finge que não, mas tudo bem
Pois eu, mais que ninguém, sei o que tenho.
Porém, as vezes te lembro... Que te possuo.
Que mesmo sem mudar nada,
Eu tomo conta de você.

As poucas meias palavras, entre os dedos apertados,
Entre os sorrisos frouxos enquanto lhe cravo os dentes.

As vezes te lembro que te tenho,
As vezes você me esquece, mas eu tenho.
Tenho a ti, o teu amor e a mim mesmo.
Tenho tudo isso, tenho desejos
Que só eu mesmo posso satisfazê-los, com você.

Finja que não. Mas eu te tenho.

sábado, 12 de outubro de 2013

Sem violão

Me diz o que é que foi
Me conta tua razão

Onde eu errei
Quando foi que eu larguei!?

Onde eu parei pra estacionar a vida
No tempo em que a gente se escondia

Dentro de nós, ledo engano
Pra quê tanto?

De cá não dá (pra ver)
Quem vem passando
Só pra ver o que nós vamos fazer das nossas vidas
Compridas
Horas a mais, perdidas, no tempo, incerto, qual o certo a se fazer?
E quem sou eu pra reclamar!?

De cá não há mais poesia, é música falada em argumento pra te tirar
Do pensamento.

Conto de fadas

Não contam mais aos protagonistas que tudo é um conto de fadas
Então alguns as vezes pecam na apresentação, outros não.

Por azar, não fui eu quem pequei.
Eu segui o que estava nas linhas de tripas, com letras de sangue escritas pelo demônio.
O demônio que me atormentou, atormenta e atormentará toda a minha existência.
E cada um tem o seu. Cada um tem o seu próprio demônio, dentro da mente. Escondido.
Ele nos faz acreditar nas outras pessoas, nos faz ter fé em Deus, nos faz seguir as coisas que no fundo...
Bem no fundo, sabemos que falharão.

O meu demônio me fez amar.
O meu demônio me fez brigar até sangrar.
Me deu coragem quando não precisei, e a escondeu de mim quando eu mais quis tê-la.

E o fim é simples.
 É exatamente como começam os contos de fadas. "Era uma vez."

33

E foi morrendo aos poucos
Sem saber a hora exata
Suava frio, e a pele arrepiava

O desgosto de esperar
E ver até onde o tempo vai passar
Cada um no seu tempo
E eu só faço esperar

               Dois mortos, e agora já esquecidos, dentro de um quarto a conversar

- O que o amor sempre traz, também gosta de tirar.
- Cabe ao tempo dizer o que há de durar e o que há de morrer.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Fodam-se os títulos

Te empresto o som
Pra recordar
Grava aí,
Eu vou cantar

Para o tempo
Pra respirar
Para o mundo
Só pra dançar

No mesmo tom
Daquela vez
Do violão
Na timidez

Ainda me lembro
O que tu fez