sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Sunshine

Um sol inteiro apodrecido
Por casualidades do destino.

Um céu desabando aos poucos
Para o mais sensitivo dos loucos.

Tudo nublado pela manhã,
Fúnebre cenário de vida,
Uma espada de esgrima
Sem um D'Artagnan

Um mergulho num mar de cama
Pra nunca acabar
A eterna glória de sonhar
A honra de ser Vasco da Gama

E ainda fechado o céu,
Minhas cobertas me protegem
Dos ventos e tornados que me seguem,
Chamai-me Ismael.

Ismael de terra firme, agora
Que não quer mais ver o mundo.
Guardar-me-ei em metáfora
Pra fugir de tal leito nauseabundo

Toda uma vida jogada fora
De um porto sem cais.
Malditos corvos, agora
E nunca mais.

─ Matheus M.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O primeiro amor do mundo

Fechava o tempo nos céus,
Um mundo de trovoadas,
Na vida o ódio, o fel,
Os anjos, e a morte calada.

Vidas passadas diante dos olhos
Humanos, tremendo de puro cansaço
Os dias gastos, a dor, o aço.
Uma confusão nas ruas, trambolhos;

Quem conseguiria ser feliz num mundo de mentiras?

[...] Tínhamos eu e ela, uma ilusão adequada
Pintada em aquarela
Da forma mais delicada

Tínhamos o que podíamos
E fazíamos o que queríamos
"Nada de mentiras, meu bem, nada de mentiras."

Os anjos observavam tudo de lá de cima
O mais bonito deles, com seus olhos, subestima.

"De onde tal amor poderia surgir?
Impossível tal semblante pacífico, em um mundo caótico, existir."

Cá estávamos nós
Num quarto escuro, a sós.
O anjo, emulado e cheio de dúvidas, profanou com sua doce voz:
De onde, escória do mundo, vieste tal glória?
Onde encontraram em meio a tanta desordem
Uma tão doce e efêmera poesia?

Em meio a tal tirania,narcísico,
Do céu o primeiro caía
Com asas abrangentes
Já queimando em enxofre

O primeiro dos anjos,
Oh céus, mas que motivo.
O amor que era divino
Matou a mais bela face do universo.
Nem mil poetas descreveriam tal dor,
Nem com cem mil versos de amor.

Os outros observaram e no céu se pôde ver
O primeiro amor do mundo
Que fez o mais belo anjo,
De inveja, morrer.

─ Matheus M.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A noite

Sussurram as estrelas
Sussurros á noite
Sussurram besteiras

Sussurram caladas
Umas com as outras
Sussurram paradas
Na imensidão

Sussurram histórias
À muito contadas
Sussurros singelos
Na noite abobada

Sussurram sorrisos
Sussurram amor
Sussurram atritos
Mas nunca rancor

Sussurram beleza
Na imensidão
Que nos cerca

Sussurram tristeza
Na solidão
Que lhes aperta

Sussurros a noite
Sussurram as estrelas

           
                     - Fabricio Lopes -

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Bronze Frio

Uma lápide foi colocada
No jardim de um terreno baldio
Onde lá, todos passaram e deram uma olhada
Para o póstumo pedaço de bronze frio

E nele havia escrito
Um pequeno poeminha
Que dizia assim:

"Aqui jaz você
Que morreu
Num fim de mundo
Sem ninguém saber”

Mas ninguém se importou muito
A maioria das pessoas daquele lugar
Foram embora sem entender

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A canção do diabo

Uma música dissonante
Toca no fundo da sala
Nas faces um semblante
De quem pensa muito
E no entanto se cala

O diabo tem as melhores canções

Todos dançavam
Enquanto ele observava e ria
Luxúria, o mundo aos seus pés
E uma garrafa de gim na mão esquerda
Seu anel de ouro branco
Brilhava mais que o sol
Os dentes pontiagudos de um demônio escondido
Num corpo político
Uma mordida na fruta proibida
E um mundo está perdido

Todos dançavam em êxtase
Enquanto ele os observava
O mundo foi feito pra se governar
E quem não é governado
Conta histórias sobre quem o governa

Benditos sejam
Os poetas

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Flor, flor.

Flor, flor de outono
Que morre mansinha,
Sem ter dono

Fugi da paz

O que todo mundo quer é ganhar
E ganhar é ter paz, é ter felicidade.
    Mas a gente se acostumou com o caos
              Com o contraste

O que a gente tem é cansaço,
Acorda cedo e deita tarde.
    Mas a gente levanta pra trabalhar
              E deita pro intervalo.

O que a gente tem é nosso
E com o tempo expira
    O que a gente tem é nosso
               E se não cuidar vai embora
          Vai embora, monta família e vai trabalhar pro governo também.
Como todo mundo faz. E se aposenta. E passa o resto da vida na frente de uma televisão
Numa paz ilusória que é concedida no final das nossas vidas.

Onde as poltronas e os televisores de plasma estão todos em promoções com 40% de desconto.
Onde a diversão são os reality shows.

É a paz que eu não quero ter.

domingo, 3 de novembro de 2013

Cauterizar


Um tanto aqui pra te acomodar
As flores no jardim
Eu sei é pouco demais
Ter apenas a mim.

Talvez um pouco mais perto
Pra me obedecer
Os desejos que eu mesmo tive que conter

Em quanto tempo a gente fez

Esse castelo outra vez, caiu.
E fez chorar um rio

Que eu tive que conter

O trem das nove

A saudade me vem
Como o trem das nove que eu perdi
Por acaso
Com o atraso da minha cidade velha.

E me lembro dos sorrisos que tirei
Dos amores que roubei
E do que quero de volta
Me lembro dos amigos que deixei
Das loucuras que fizemos juntos
E isso não me conforta.

Preciso voltar ..
Preciso voltar ?
Me pergunto sempre,
Se preciso mesmo ...
Mas a resposta está aqui.
Então eu lembro de todos que eu tenho hoje
De tudo o que eu poderei fazer amanhã
E talvez a resposta seja:
Não, eu não preciso voltar
Eu posso fazer tudo de novo
E vou fazer tudo de novo.

Sem me arrepender,
Ou me prender
Aos meus erros.

Viva, viva com toda a intensidade
Que lhe faltava antes
Viva, por que a eternidade
É uma dádiva a muito privada da nossa existência.

Sorria sempre, Cante e assobie
Faça o que lhe der vontade
Grite, alto pra que todos possam ouvir
Você é o dono do mundo ..
Ou ao menos do seu mundo

E lembre-se sempre:
Você só vive uma vez.
              
               
                   - Fabricio Lopes -

domingo, 20 de outubro de 2013

A flor me toca
De revés ao teu beijo
No olhar sufoca
Finjo que não vejo

E toda flor com seu cheiro
Me cativa, me convida
Cada flor na sua vez
Duas ou três 

Rosa pequena
Flor de Jardim
Deitada pra mim

Na seiva afogada
Jaz ali. cansada
Esperando por mim

Amor de poeta

O amor é minha droga, não o sexo.
O sexo é consequência, o prazer é necessário.
Mas o amor é o que todo poeta precisa pra manter a mente anestesiada o suficiente pra escrever.

Todo mundo quando ama é poeta.
Então eu amo, cada palavra, momento, e dor.
Cada conta, detalhe e suor.
Cada gota, cada flor.

Eu amo quem me odeia e me desapego do desprezo
O amor nada mais é que um tempo pra pensar
No que vamos poetizar.

sábado, 19 de outubro de 2013

Pra mim mesmo

Em outros tempos
Tampouco amenos
Dizia-se que amores
Vão e vem

E temores também
Dizia-se que tudo tem porem
E que amar sozinho é ser refém
De uma arma apontada pra ninguém

 


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Colidir o tempo com o afeto
Debaixo dos lençóis
Do nosso próprio teto

Invadir o céu, banhado de enxofre
Com carvão e salitre
Para tudo explodir.
Colidir as vidas
Sem se ferir

Cuidar do que se tem
Mesmo sem ter nada
É o que a vida tem
É o que eu sigo em disparada

Um abismo de nada
E figuras abstratas

Fui o único que vi
O céu desmoronar
O único problema
Que não se pode solucionar

Quanto custa o preço de amar?

domingo, 13 de outubro de 2013

O Homem

Se esgueirando devagarinho
O homem segue a andar
Mente verdades pra todo mundo
Que ousa em perguntar.

- Estás bem, meu bom homem?
- E quem afinal, não está!?

Andando atrasado o tempo todo
O tempo pôs-se a se atrasar
Quem afinal é o homem
Que se adianta por não chegar?

A casa velha em que ele mora
Já se reformou varias vezes
Mas ainda ali retorna
Os fantasmas que homem fez-te

O bom homem não demonstra
Pois sorri brandamente
"Olá, meus caros amigos, que dia mais contente!"

Todo mundo mente.

E é isso que machuca, o homem mente pra nós
E nós nem sabemos o que lhe cutuca.

Mas eu devolvo-lhe o sorriso, como se nada me intrigasse
Será que sorriria tão lindo assim, se eu também chorasse?



O que ela finge

Finge que não, mas tudo bem
Pois eu, mais que ninguém, sei o que tenho.
Porém, as vezes te lembro... Que te possuo.
Que mesmo sem mudar nada,
Eu tomo conta de você.

As poucas meias palavras, entre os dedos apertados,
Entre os sorrisos frouxos enquanto lhe cravo os dentes.

As vezes te lembro que te tenho,
As vezes você me esquece, mas eu tenho.
Tenho a ti, o teu amor e a mim mesmo.
Tenho tudo isso, tenho desejos
Que só eu mesmo posso satisfazê-los, com você.

Finja que não. Mas eu te tenho.

sábado, 12 de outubro de 2013

Sem violão

Me diz o que é que foi
Me conta tua razão

Onde eu errei
Quando foi que eu larguei!?

Onde eu parei pra estacionar a vida
No tempo em que a gente se escondia

Dentro de nós, ledo engano
Pra quê tanto?

De cá não dá (pra ver)
Quem vem passando
Só pra ver o que nós vamos fazer das nossas vidas
Compridas
Horas a mais, perdidas, no tempo, incerto, qual o certo a se fazer?
E quem sou eu pra reclamar!?

De cá não há mais poesia, é música falada em argumento pra te tirar
Do pensamento.

Conto de fadas

Não contam mais aos protagonistas que tudo é um conto de fadas
Então alguns as vezes pecam na apresentação, outros não.

Por azar, não fui eu quem pequei.
Eu segui o que estava nas linhas de tripas, com letras de sangue escritas pelo demônio.
O demônio que me atormentou, atormenta e atormentará toda a minha existência.
E cada um tem o seu. Cada um tem o seu próprio demônio, dentro da mente. Escondido.
Ele nos faz acreditar nas outras pessoas, nos faz ter fé em Deus, nos faz seguir as coisas que no fundo...
Bem no fundo, sabemos que falharão.

O meu demônio me fez amar.
O meu demônio me fez brigar até sangrar.
Me deu coragem quando não precisei, e a escondeu de mim quando eu mais quis tê-la.

E o fim é simples.
 É exatamente como começam os contos de fadas. "Era uma vez."

33

E foi morrendo aos poucos
Sem saber a hora exata
Suava frio, e a pele arrepiava

O desgosto de esperar
E ver até onde o tempo vai passar
Cada um no seu tempo
E eu só faço esperar

               Dois mortos, e agora já esquecidos, dentro de um quarto a conversar

- O que o amor sempre traz, também gosta de tirar.
- Cabe ao tempo dizer o que há de durar e o que há de morrer.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Fodam-se os títulos

Te empresto o som
Pra recordar
Grava aí,
Eu vou cantar

Para o tempo
Pra respirar
Para o mundo
Só pra dançar

No mesmo tom
Daquela vez
Do violão
Na timidez

Ainda me lembro
O que tu fez

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mariposa

Na janela de minha casa
Pousou a mariposa
Suas pequenas belas asas
À procura de amor

Enganada pela luz
Foi torrando com o calor
A esperança de amar
Que eu vi na mariposa
Me fez acreditar que nem tudo é perfeito

Esfreguei olhos vermelhos
E tentei sorrir
Pois de todas as feridas
A maior bandida
É a dor do próprio amor

Enganada a mariposa
Eu me pus então a pensar
Eu mesmo sou a mariposa
Que morreu por tentar amar?

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

I

    
A vida tem vários sentidos
E quase nenhum motivo
A vida em si, se baseia no corpo, mas só pode existir por conta da mente
E entre corpo e mente, se vareia de pessoa para pessoa
Em casos mais adversos, os dois.
      II
Cavei uma cova só pra mim.
Cavei fundo, pra ninguém me achar
Mas quero que me encontrem, quero que achem minhas ideias
Não meu corpo.
Tenho problemas com ele.
Quero que me encontrem e pensem sobre isso
Quero que achem e reflitam sobre!
Não que achem e admirem, ou repudiem 
Apenas reflitam
E o que mais eu poderia fazer se não escrever?
A vida tem vários motivos
E as vezes, pouco sentido
Sonhos, devaneios de uma mente que pouco viveu, mas de quase tudo extraiu 
           III
Devaneios os meus, os quais perdido na noite, sento e escrevo
banais, pavorosos e até mesmo, inescrupulosos!
Pontos, virgulas, e interrogações demais.
Correndo de um lado pro outro, pensando em como explicarei tais coisas a você, caro leitor
Que até então, leu até aqui e não conseguiu ainda me entender
No mais, teve apenas ideias que refletiram sobre você mesmo.
Não é engraçado, como eu escrevo sobre mim, e você lê sobre você?
            IV
Mundo cão.
Virado, reduzido a nada, e a um todo que vai repercutir a nossa vida toda
Enquanto a vida durar, e que dure até o sol raiar.
forca, cova, faca, fuga.
Escapem enquanto ha tempo, pois sofrer de uma só vez vale mais que sofrer pra todo o sempre…Ou melhor, todo o resto!
De morte, porque de vida é simples de se falar.
Poderia descrever a vida em uma só palavra: INJUSTA!
A injustiça da vida consiste na própria existência dela mesma. 
Ninguém pede pra viver sem antes já ter vivido e se soubéssemos que pediríamos pra viver um dia, não pediríamos pra nascer.
Talvez, agora, depois de tantos devaneios noturnos, esteja claro pra mim, que nada mais importa, senão, um simples sopro de vida
Alguns prazeres, pequenos, que prendem a vida ao corpo, e mente o que se prende.
Mas, quando foi que parei de viver e passei a sobreviver sobre as coisas que me rodeiam?
Acho que foi desde que nasci.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pão.

Um modo de começar a pensar
Escrever o que tiver pra falar
Já que as conversas não fluem
Do modo como deveriam

Fala de amor é brasa
É ardido e confuso
O tempo obtuso que me atormenta

Eu paro, eu fumo.

 Fumar
momento pra suspirar

Uma rima pra um poema inteiro
Que há de passar sem ser lido
O tempo gasto escrevendo
Pra alguém apenas ignorar

Não irei te mostrar
Pois, meu bem...
O que é meu
É teu também

Até as dores e o medo
Principalmente esse, de te perder.

De usar a mesma rima
De fingir que sei escrever

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Segunda-feira

Condenado a vida
E ao medo da morte
Quais tempos de sorte
Seriam esses, os quais vivi
- Pobre poeta -

Ei, meu bem, não se chateie
O tempo é nosso outra vez
Hão de haver outros dias
Amenos, pequenos,
Como você.

Ei, não me faça chorar
Eu fiz tudo pra te agradar
Eu cerquei tudo ao redor
Enquanto na garganta
Amarrava o nó.

Condenado a vida
E ao medo de viver
Trancado nos sonhos
E o prazer de esquecer ( nunca há de ter )
Um só lugar no mundo
Em que eu encontre você.



domingo, 15 de setembro de 2013

Dragão sem tesouro.


Guardo suas fotos
E finjo que ainda é você

Fui dragão enquanto você era tesouro

Morri lutando, ensanguentado!
E por fim, aviltado por você.
Que mesmo chorando, continuou a dizer.

Amar pra sempre é nada ter
Amar pra sempre é mentir

Você me amou o quanto pôde, eu ainda posso
Mas nada tenho, e ainda minto.

Você tripudiou de mim o quanto pôde.
E ainda choro.
Mas tudo bem, eu também minto.

Meu bem, meu mártir.

Enfim me conheço
Do tempo que estive aqui,
Talvez, as vezes sorri,
Mas quem enfim poderá dizer?

Enfim me conheço
No começo e no fim.
Enfim eu me perco
Por onde você está por ir

Meu bem, meu mártir,
Vivencio o papel de vilão e herói.

Encravei uma faca no meu próprio peito e continuei vivo.
O espaço que há entre você e o abismo
O espaço que há entre mim, e o céu.

Foi-se o tempo que eu me amava
E retribuía
A zona de conforto acabou
E eu me matava
E retorcia

Agoniava.
Até enfim
(...) Voltar a me conhecer.
A grande festa
Estampada na cara
Em cada um
Que empunha a espada

"Ei! Você! Olha aqui. Aqui eu."

Assim, o mundo se rendeu
E quanto mais " Aqui eu " melhor
Por enquanto... Antes de tudo virar pó.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

II

Nas plantas mais belas
Existem espinhos,
Das vozes doces
Aos olhares mesquinhos

Das noites acordado,
Sozinho.

Do outono vermelho
Da morte das árvores

Você, meu raio de sol,
Deixou morrer as flores
Que eu te dei,

Deixou apodrecer
Como folhas no outono,

E eu sorri
No meio do choro, do soluço,
Sorri porque sempre soube
Que não deveria
ir

I

Num mundo em que todas as notas já foram tocadas
E as rimas, então, rimadas
O poeta as vezes tem que parar e pensar;
O que então se está a demonstrar?

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vida oblíqua

Escolhi o simples
O cuidado acabou
Virei mais um acabado
Desleixado e sem pudor

Feio e derrotado
Preguiçoso e viciado

Onde foram parar os sonhos?
Os cuidados e amores,
Tudo se acomodou

Os jogos de azar me acabaram
E os sapatos não combinam mais

O sono se esvaiu da noite
E minha métrica também foi embora com o tempo
Eu que era todo certo, me vejo errado e desatento
Perdido na sala, sem nada escrever
Poemas tortos em papeis de atividade
Pra tentar absorver a culpa do dever
Que eu deixei de cumprir

A preguiça me aporrinhou até eu desistir
Escrevi errado e tentei corrigir
Pra consertar nunca é tarde
Mesmo errado, já fez arte
E de todo o tempo que eu tenho
O amanhã é a essencial parte

ZzZz

Uma noite perdida
Dois dias seguidos
Tomei uma rasteira do tempo
Mesmo deitado em meus aposentos

Duas noites perdidas
E ainda sem sono
Quem, enfim, é o dono
De mim?

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Uma madrugada que nunca acaba


 ─ Pelos santos e mal-aventurados

O calor, queimando
O fumo, o meu mundo
Um suspiro

  ─ De quem está amando

O calor, ardendo
O vento, o meu tempo
O hábito de viver, morrendo

  ─ Por quem não ama mais

O beijo, nunca dado
Do teu peito, arrancado
O desejo de amar
Como quem perde a alma
Como quem volta pra casa
Sem nem ter lar

  ─ Você que fodeu minha vida

Queria mandar você se foder
E depois te beijar
Arrancar esse sorriso da sua cara
Te humilhar.
Queria infernizar sua vida
E lhe fazer implorar
Porque do tanto que te amei
Tu virou rima
E ódio guardado
Tu virou um espinho
Encravado

─ O sorriso

Pra onde eu levar, por onde eu andar
Um sorriso falso, sempre por lá
Um beijo conveniente, um aperto de mão
Você, filho da puta sem coração!
Seu sorriso falso não me engana
Você, que me compra, você que me abandona
Amigos demais, e tempo de sobra
Ninguém me incomoda em dias normais
Mas os tempos são outros
São ilusórios demais pra fazer falta
Leve seu sorriso falso
Para o raio que o parta!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Das 13h

Calei a boca por uns segundos
E falei tudo que tinha pra dizer
Olhei em seus olhos
Como ninguém há de fazer
Sobejo desejo

Um beijo
Que eu quis dar

Sobejo desejo
De te roubar

Fitei seus dedos
" Eu nunca quis amar "

Fitei seus medos
E pus-me a te roubar

Fechei os olhos enquanto me lambuzava
E o tempo que passou, lento, passava

Fotos perdidas na minha memória fraca
Fotos marcadas de perdição

Mordidas molhadas
Amor ou paixão?
 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Por mal

Me escondi nas besteiras que você falou
Daquela vez, que você partiu
Meu coração, não sei, sumiu

Me escondi nas bobagens que pensei
Me escondi só,eu sei.
Você falou, e tentou explicar
Os seus amigos, seus novos amigos
Todo o seu mar
De amar

Amarei, outra vez, quem sabe eu
Quem sabe nós
Depois,outro mundo por aí
A chuva cai
E eu caí

Me escondi onde só você sabe
Me escondi de você, logo ali

Não entenda mal
Não foi por mal
Que eu fiz você partir

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Haikai da insonia

Recordações de uma vida perdida.
Lamento, junto com o tormento
De ter sido esquecida.

        - Fabricio Lopes -

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Não lembro a data

Respirou fundo
E depois suspirou
O tempo que passou
Fez-se entorpecer

Eu, jogado no frio
No chão, na chuva
Esperei até amanhecer

"Ela me tragou" ─ pensei

Um vício difícil de se vencer

A voz com pigarro
E o choro calado
Os suspiros são dados
Sem ninguém perceber

O suicídio monótono
Que é envelhecer
Sem ao menos saber
Onde errei

domingo, 18 de agosto de 2013

Flor de inverno

Os dias passavam
Sem pressa.

No meu mundo
Havia um punhado
De escolhas mal feitas
E caminhos errados

Um pouco de angustia
Que pesava
Com a culpa
De não ser o suficiente.

Eu que era diferente
De todos que conhecia
Me sentia
Deslocado
Sem ter o que dizer
Nem o que fazer... 

Um dia após outro
Me fazia penar, sem ter alguém perto.
Com a sina que me cabia bem

Envelhecia depressa
Vinte e quatro horas de cada vez
O que talvez
Fosse bom pro meu estado de espírito

Rígido
Eu era com os meus pesadelos
Mas as vezes os abraçava a noite
Quando chegavam de mansinho.

De dia eu alternava
Entre ficar bêbado
E escrever sobre minha estupidez

Pensava no que eu era
No que eu fui
E se ainda seria algo

Sem sucesso com isso
Não chegava a lugar algum
Afinal, nunca chegamos a lugar algum ...

Chegava o verão
E eu não tinha nada
A não ser a minha tê vê..
Quebrada
Por sinal ..

Vinha o outono
E a minha solidão era ainda maior
Tudo se desfazia 
Ao meu redor
E o abandono
Era o que eu mais via 
Em tempos de frio.

O inverno 
chegou ...
E congelou o meu inferno
Mas não amenizou a dor
De estar sozinho.

Os dias passavam
Como sempre, devagar
Um a um, como se não fossem acabar.

E você chegou
Me arrancou
Da concha onde eu me escondia
Me trouxe consigo
Me salvou do perigo
Da morte iminente ...
Me mostrou suas memórias
E eu disse: já era hora!

Eu me lembro bem
No dia vinte de setembro 
Eu saí do meu final
E no outro dia ... 
Primavera.

            - Fabricio Lopes - 

Flash

Fechei os olhos
Quando abri
Tudo mudou
Tudo passou
Por mim

Acabou
E fim.

       - Fabricio Lopes -

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Amor de rima
É amor de verdade
Por pura saudade
Ainda se estima

Amor de verso
É de queimar os ossos
De escrever o avesso
Daquilo que é nosso

Amor nem sempre
É pra vida toda
A maioria passa
Feito moda

E a vida roda
E volta pro mesmo lugar
Amor é assim
O que menos se esperar

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O grande

Eu então, perdido no leito
Por causa e efeito
Sem modo e porquê

Sorri pra morte me aparecer
A febre batia
E o sangue eu devolvia
Meu tempo à  mercê

Conquistar o mundo era tão simples
Heróis morrem fácil, pensei
E de tudo que fiz e que sei
Morri, sendo apenas humano
E nada rei

Os bardos falarão de mim
Anos e anos depois
Pois o que fiz e o que sois
Ninguém há de ser



domingo, 11 de agosto de 2013

Saudade

Essa dor me pegou de surpresa
Sinto uma agonia 
Sem precedentes 
E me tranco com os meus pesares

Entre um cigarro e outro
Tento esquecer
Mas o horror enche minhas noites
Com pesadelos sem fim.
Carrego o fardo, sem conseguir dormir.

No dia seguinte, começa tudo de novo
Por um momento
Penso que nada vai acalmar 
Nunca vai passar, é o que eu digo
E repito infimamente
Pra minha mente cansada.

Acredito que um dia verei você de novo
Quem sabe ?
Me resta esperar.
Mas o tempo me causa angustia
A angustia me faz chorar
Me faz penar.

Sua falta me cobre de pesar
E assim é, um dia após o outro
Até o final do meu tempo ...
Final esse glorioso
Afinal, finalmente verei você
Outra vez.

Pelo menos é o que me resta.

             - Fabricio Lopes -

sábado, 10 de agosto de 2013

Segredo

As lágrimas de dor estupravam os olhos
E filhos brotavam do coração

O tempo não curaria
Tampouco a razão

Em deserto e fúnebre aposento
Admirava o céu cinzento
Sem cor, sem paz, sonolento.

Agora deitado, há de pensar
No tamanho fardo
Que tens de carregar

O débil corpo já cansado
A mente conturbada e escurecida
O tempo que passou, fez-se acabado
E o dia fez-se enegrecer

Aguentaste tanto tempo calado
Que agora não para de chover

Um projeto morto, guardado em segredo
De em paz
Morrer

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Um fato

Confie em mim
Confie nos céus
Confie nos seus
Confie na confiança que é dada ao acaso
Confiança essa que se perde por acaso
Confie nos seus braços fortes
Confie no sorriso ingênuo
Confie na força que tem os pequenos

Confie na dor
Que lhe mantém acordado
Confie no amor
Que lhe foi tirado

Confie no barco
Que te leva a lugar nenhum
Confie na ancora
Que não apressa o naufrágio

Confie no mar
Que lhe deixou perdido
Ou confie nos amigos
Que não lhe deixam abatido

Confie no sim
Confie no não
Confie na confiança que se tem no coração

Ou simplesmente não confie em nada
Pois pra uma mente parada
Confiança dada
É ruína na certa.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Dois quartos

Em cada canto
Pouca essência
Os dois um tanto
Coalescência

Em cada quarto
A própria indulgência
Tomou tendência
E se ausentou

Um ato tão estúpido
Que o amor nos deixou

Por quanto tempo mais
Hão de ver o mundo
Sem amor e prazer?

Incômodos dias
Dessa janela aberta

A luz tardia
A descoberta

E alguma coisa me diz
Que o sorriso que carrega
Não é de todo, feliz

Fantasia minha
No quarto escuro,
Será que por aí
Também ficastes em cima do muro?

Lágrimas do silêncio

O silêncio chorou!
Cortou a garganta
Com um eco agudo.
Surdo
Por que ninguém conseguiu ouvir
Só sentiram a angustia
Que pesava nos ombros fracos
Que por sua vez
Caiam aos cacos

O silêncio disse
O que todos queriam ouvir
E ninguém entendeu
Por que o pesar foi maior
Que qualquer outra coisa
Ali presente.

O silêncio gritou por socorro
Engoliu em seco por não ser ouvido
E menos ainda entendido.

O silêncio se foi.
E por um breve segundo
Fez-se silêncio no salão
Que foi mais ouvido
Do que os gritos inaudíveis
Das crianças lá fora.

Acabou-se o silêncio
E fim da discussão.


                  - Fabricio Lopes -






A menina do outro lado da rua

Não sei mais quem eu sou
Pra onde vou
Ou até se vou
Me pego pensando em você
Sem querer
E ao meu ver
Isso é ruim

Desde que te vi
Sinto um vinculo
Perdido entre nós dois
Deixo pra depois.
Lhe pergunto as vezes
Mas você não sabe me responder

Eu sigo seus passos
Apressados
Vejo os seus gestos sem jeito
Sem defeito
Perfeitos
Ao meu ver.

Conheço os seus gostos
Seus erros
Alguns acertos.
Na verdade muitos acertos.
Que você, modesta
Esconde de mim

Sei de tudo isso
Sem ouvir 
ninguém falar
Por que me acostumei
A lhe achar.
Te "saber" virou meu vício

Te vejo como um anjo
Feito pra me proteger
Que sem querer caiu perto de mim
E assim
Me fez seu buscador
E a dor 
De não poder te dizer isso
Me dói, corrói
Destrói 
O meu ser

Os dias passam devagar
Assim como eu vejo
Olho no meu relógio torto
Marcando dezessete e quarenta e cinco
Quinze minutos se passaram
E eu contei quatro
Quatro horas inteiras, 
Onde me vinham besteiras a mente
Como ficar com você eternamente
Não lhe deixar voar.

"Ao meu ver"
Você foi feita sob-medida pra mim
E assim 
sigo 
meio triste 
E meio feliz

Meu ego me diz que sim
Mas seus olhos me dizem que não
E eu, fico sem entender
Nem saber
O que dizer a você.
Quando te vejo só preciso sorrir
Por você estar aqui
Perto.

E então, moça
você me vê
Como eu te vejo ?

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Um soneto pra você.

Viver é um problema
Dos graves - eu diria -
A vida me dá dilemas
E eu devolvo poesia

Não que seja difícil
Tenho muito tempo vago
E uma vida muito vil
Que faz deveras estrago

Por aqui ou por ali
Sempre paro pra pensar
Se a vida não sorrir
Eu ainda posso sonhar

E quem sabe escrever
Um soneto pra você.

Rumores

Palavras ditas
Dessas que te deixam a pensar.
Promessas
Promessas essas
Que se perderam
Num curto espaço de tempo
E o vento
Levou.

Palavras que deixam feridas
Aonde quer que vá

E na hora da partida
O adeus é congelante
E constante
Com a forma de acabar.

Palavras errantes
Na poça de sangue
Que um estranho pisou
E machucou ainda mais

Palavras difíceis de entender agora
Que se foram
Que foram e não são mais.

Outrora
Um sorriso bobo
Naquela hora
Tardia.

Hoje, o olhar machucado
Que diz não querer mais
Se acabar
Em lagrimas

Palavra perdida
Vida abatida.

               - Fabricio Lopes -

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cinco balas

O tempo mentiu
Dizendo que curava
E ainda sorriu
Quando ninguém esperava

A mulher qual eu amava
Passava estar presente
Nos braços de outro
Fazia-se contente

Bêbado eu estava
E talvez até contente
O desabafo das balas
Que coloquei no pente

Dois tiros em cada um
E mais um em mim mesmo

Temos o que  merecemos
Ou é puro desfecho.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Na ponta da chama voraz

A armadilha está posta
Quando você se sente bem
E ninguém, consegue dizer o contrário.
Quando o seu coração bate mais forte
E você não é mais o "proprietário" dele
Quando a sua alegria for maior
Que a de todos aqueles que queriam o seu fim
E o calor na sua alma
For o melhor calor do mundo
A armadilha estará posta,
Vai te apunhalar pelas costas
E te fazer cair...

No chão você vai se lembrar
dessas minhas palavras, amigo
Você vai lembrar de tudo o que leu
E do que sentiu, todo esse tempo.

Mas você ainda tem saída.
Ainda tem a vida, que te enche o peito
Não está no seu leito
De morte,
"Contando com a sorte
Que a muito havia lhe deixado"
Então...

Corra.
O mais rápido que puder,
Até onde o chão der...
Corra como nunca correu
Em toda a sua vida doída.
Escape desse mal
E no final,
Paz.


                 - Fabricio Lopes -

segunda-feira, 29 de julho de 2013

São os meus, os meus irmãos!

Somente com o olhar consegue me entender.
Me fala pra recuar, retroceder quando necessário.
Me diz que ta tudo bem, "siga em frente".
Se coloca a minha frente, como um irmão.

Falava que eu era seu filho, não esqueci...
Já vem de longe, pra me ajudar.
"Abre a porta cara, precisamos conversar".
Lá está ela, me segurando pra eu não cair.
Canta pra eu dormir.

Me acalanta mais que todos, e sobre todos.
Aqui está o meu patrimônio, o meu exemplo.
Lugar de calma, de conselhos serenos.
Luta por mim se necessário.
Liga apressada, pra saber como estou.
Está ali pro que eu precisar

Gostando ou não, você está aqui.
Você é e sempre foi o melhor, nunca esqueça disso.
"Faça o que fizer, eu sempre vou te apoiar".
"Aqui está a minha mão, meu amigo".
É que sem ela, nunca vai se completar.
Bem ou mal, você vai sempre estar.
Vamos nessa meu irmão, estou contigo.

Com isso eu consigo seguir,
Com vocês ao meu lado, eu passo por tudo
Por que no meu mundo
Só existe vocês.


                        - Fabricio Lopes -


Acorde sem notas

As cartas de amor
Com ricina em azul escuro
Pra me afogar em solidão

E eu não sei bem
Quando paramos de nos encontrar
Mas sei que havia pouco tempo
E o tempo esteve lá.

" Há de lembrar, há de lembrar "

Eu não sei direito
O quanto porfiei histórias que ninguém se importava
Nem ao certo se eu mesmo me importava
Mas porfiei.

Lute suas próprias lutas, vença as suas guerras internas

Eu não sei muito bem como funciona isso
Mas disseram que funcionava.
Então eu tentei.

E gritei comigo mesmo até me dar por vencido
Andei pela casa feito um louco varrido!

E achei.
Ali, parado...

O silêncio póstumo que se esconde no amor

domingo, 28 de julho de 2013

Envaidecimento jogado fora

Tanto faz o preço alto
Distraindo a solidão
Tempo, tempo vago
Entrando em plena escuridão

Faz de conta que tem mais
E acaba por feliz
Mente pra si mesmo
Que o amanhã te faz sorrir

Mas o dia te acaba ali
O horizonte não vem mais
O céu se cansa e dorme
E o tempo não foi capaz

Os dias e as noites passaram
E eu fiquei ali parado
O tempo se arrastando
Pensei que já tinha sarado

De assuntos mortos e tempos fartos
Enchi o peito com um soluço
O abraço forte que não recebi
O mundo escuro que é meu poço

Tapa os olhos que a chuva está por vir
O céu não se fechou
Mas alguém te impediu de sorrir
E se apossou
Da vaidade e do amor
Dor envaidecida
É o nome que quis me dar
Os rótulos sumiram
E então só fiz chorar

Hoje eu ainda me lembro
Vomitei, e quis morrer
Hoje eu tento andar
Mas só me resta apodrecer
  T
    u
      d
         o
           
             P
                o
                   r
                   
                      S
                        u
                          a
       
                             C
                                a
                                  u
                                    s
                                      a

                      Tudo
                       por
                      você

Entenda como quiser

As vezes eu consigo ver
A vida num ângulo diferente
Minha mente trabalha em conjunto
Com o que faço
E eu fico pasmo 
E maravilhado ao mesmo tempo.

Agora eu passo a olhar a vida
Com os olhos de um bom jogador de poker
Os ases passam por suas mãos
Ele olha atento
Aposta tudo que tem
"Tudo dentro"
E perde pra uma mera trinca de dois...

Ele blefa quando pode
Força os outros a acreditar
Consegue mentir
Como ninguém
Muitas vezes convence alguém
De que é verdade
E as pessoas por vaidade
Perdem tudo o que tem

E em outras vezes tem a sorte
Que lhe dá um sorriso aberto
E ele sorri de volta, 
Um sorriso cansado
De quase nunca o ter ...
E nem acredita quando vê
Que nessa ele ganhou.

Mas é isso, encare assim
Um dia você blefa e ganha
No outro você blefa e perde.
Mas apanha o sorriso e segue
Por que sempre vai haver outra oportunidade
De mentir
E fazer com que todos acreditem
Que você está com "aquele" ás. 


                 - Fabricio Lopes -





quinta-feira, 25 de julho de 2013

Pétalas ao vento

Esse flash se perdeu
Não foi como pensávamos
se converteu. 
Em cinzas

Agora 
Nos encaramos em pensamento
Por que a linda chuva de flores
São só pétalas ao vento

Como o que fomos, 
Chuva que passou
E nada restou, se não 
O torpor de não ter mais nada.

Parte de mim se perde sem você
Assim como uma parte sua
Padece sem me ter
Mas podemos tirar algo bom
Disso afinal,
Nos sorrisos e abraços
E aconchego no olhar...

Lembranças a torturar


Mas se acalma moça
Vai passar.
São apenas ...

Pétalas ao vento.



                     - Fabricio Lopes -

terça-feira, 23 de julho de 2013

Até mais ver!

Deixa eu te dizer
Deixa eu explicar
O corte era profundo
Tive que amputar
Fala então, pra mim
Explica por favor
O sexo era tão bom,
Erramos no amor?

Deixa pra depois
O tempo não vem mais
Os dias que passaram
Não existem mais

Desliga essa Tv
Faz de conta a gente já cansou de ver
Fumaça em casa
O café gelado
O pigarro amargo
E eu cansei de ver

Me conta como foi
Quando eu te traí
Me explica então você
Por que eu sumi?

Um tiro no peito
E eu tive que amputar
As cordas no pescoço
Pra respirar

Faltam as batidas
Do meu coração
Amputei a raiva
E a solução

domingo, 21 de julho de 2013

Pausa com fusa

As dores de cabeça
Dos choros engolidos a seco
Que você me causa

Mesmo depois de tanto tempo
As minhas músicas estão cheias de você, e pausas.
Pausas que eu paro pra pensar.
Se ainda deveria mesmo lembrar.

E eu vivo a espiar pela janela do meu quarto,
Onde eu costumava encostar
Pra sorrir do que era meu

Hoje eu apenas encosto a cabeça
Para a dor pausar

E o passado parou e se fez presente
Só pra rir pelas minhas costas
Só pra sorrir ao lado de outro alguém

O mundo pequeno, repousado nas mãos da saudade

No mundo inteiro só um falta
E todos os outros parecem estar mortos

É a saudade quem fala.
E também ela quem cala.

sábado, 20 de julho de 2013

Quando você

Você cansou de mim
E eu nem vi
Você mudou de casa
E eu não estava ali

Perdi a chance que o tempo deu
E o amor, que esqueceu
Sem chance de retribuir
Só a morte estava aqui

E você morreu pra mim

Não vejo mais você
E nem lembro do seu rosto
Mas vi você no meu sonho

Você também tinha cansado
E eu ainda não tinha notado
Não vou dizer que não vou chorar

Não vou te dar o que você me deu

Não vou dizer que não sorri
Quando tudo teve seu fim
Era insanidade continuar
Esperando que fosse mudar
Só porque eu não notei
Que você parou de amar

Então sorri
Quando você
Cansou de mim

Não há ninguém para ouvir

Feche os olhos meu filho
Evite encarar o destino
Das pobres almas aqui levadas
Pelos cavaleiros e suas espadas

A vingança lhe convém
Mas o tempo é vasto
Fita os olhos, meu bem
Fite os olhos do nefasto

A noite vem aí
Tente descansar
Não encare os mortos

E evite sonhar
Encontraremos nosso lar, nosso porto
Porque a noite vem aí
E cabeças vão rolar!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O ato mais humano




E o talho na pele
Fez o sangue jorrar
Todo homem é feito de água.

 "Que serve pra chorar."

Algumas camadas de carne e músculo, até encostar nos ossos
Retirem a pele, retirem todos os órgãos.

E é só isso que o ser humano é.

Um saco de carne com alguns ossos dentro pra mantê-lo de pé.
E você ainda me pergunta o porque do meu afogamento no vinho; da minha vida por um fio

É tudo um grande nada, tudo um saco de bosta.
E nós complicamos tudo.

Depois que se mata um homem se enxerga tudo de outra forma.
O sangue nas mãos não nos deixa sermos os mesmos que eramos

E você tira o cigarro do bolso, com as mãos sujas de sangue,
"Tente relaxar"
E você vê o mundo girar
"Ninguém vai te achar"
Como se ninguém fosse te notar.
"Não olhe pra trás!"

Um assassino perfeito
Incapacitado de (se) amar.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vácuo

Conte ao vazio
O que te atormenta
Pergunte a sua alma cinzenta
Por que tudo vai mal
Pergunte e insista
Procure a resposta.

Se cale pro mundo
Esqueça os sorrisos
Ao seu redor

Pergunte por que
Insista em saber
Procure no fundo
Nas suas lembranças
Volte ao seu tempo de criança
Pra entender

Busque mais do que tudo.

Ache a resposta
Siga na luta
O que te perturba ?
A noite vai te dizer
O que precisa saber

A lua pôde ver
Com as estrelas a brilhar
Lá vai estar
Sua resposta

Conte ao vazio
Que conhece seus medos
E segredos
Ele conhece as suas duvidas
As suas angustias
Conte ao vazio
Ele pode lhe dizer
O que precisa saber
E fazer
Pra acabar com o seu vazio
Conte ao "vazio"
Ele pode lhe salvar

E assim você seguirá em paz.


                     - Fabricio Lopes -

Amém

─ Tudo ficou mais sério agora.
─ É, mas eu ainda não me importo.      
─ Quem não entende o valor, não dá valor.
─ É injusto julgar as pessoas assim, sem ouvir ambos os lados.
─ E você vai falar?
─ Não.


"É desumano abençoar, quando somos amaldiçoados."

Amém.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Vagueio

Vagueio, e vago permaneço
Andando por aí, sem realmente estar

Finjo os sóis que me rodeiam
Enquanto me encharco nas minhas próprias nuvens
Sem ao menos desejar

Enfrento, os ventos e as noites,
A luz do sol que deixou de brilhar,
Lua minguante, carente e falante
Que vive aqui por perto à sussurrar

Fecharam as janelas
E então parou de chover
Dentro ainda pingava
Mas era só você.

Passei correntes em volta
E placas avisando o bloqueio
Quem estava de passagem
No máximo teve anseio

Restou pouco
Por isso
Vagueio
         


Já estive melhor.



domingo, 14 de julho de 2013

Passou

Foi-se o tempo
E eu nem vi
Fiz bobagens
Mas assumi

Pra mim mesmo, que seja
Talvez tenha sussurrado...
Culpa de quem não ouviu

─ E o que restou?
─ Pouca coisa, uma foto, duas talvez, só não sei onde está.
─ Sente saudades?
─ Do tempo perdido. Sim

Foi-se o tempo
E eu nem vi.

sábado, 13 de julho de 2013

Barulho à porta

Chuva rala
E um chapéu de palha
A fumaça mostra
A direção do vento

Cidade morta
Barulho à porta
Que vai de contra
Ao meu tempo

Da janela da frente
Se esconde os dentes
Perdido na polidez

De um sorriso
Ou timidez
A cidade deu seu aviso

terça-feira, 9 de julho de 2013

Sentença

Tão rápido eu corro
No final eu morro.

Me vejo perdido
Com uma mente embaralhada
Ouço vozes aqui e ali
Gargalhadas

Tão rápido eu corro
No final eu morro.

Eu tento me salvar
Me livrar dos pesadelos
mas é sempre igual
E é tudo real

Tão rápido eu corro
No final eu morro.

A minha visão falha
Me sinto arfar
Não consigo mais lutar
Devo desistir

Tão rápido eu corro
No final eu morro.

A cada dia
Estou mais cansado
Cansado de tentar
E fracassar

Tão rápido eu corro
No final eu morro.

Preciso desistir
Pelo bem de mim
Acho que esse é o fim

Tão rápido eu corro
No final eu morro.


                     - Fabricio Lopes -


segunda-feira, 8 de julho de 2013

? N° 2

Talvez seja mania
Transformar as coisas ruins do meu dia
Em poema ou poesia

Mas hoje eu fumei meu último cigarro
Não da minha vida, mas da minha agonia
Hoje eu gritei e arremessei coisas contra a parede
Porque eu precisava de mais espaço

Sufocado

Hoje talvez tenha sido um desses dias ruins

Ou talvez eu esteja inventando tudo isso

Mas quem é você pra me julgar?

Talvez seja mania
Escrever, ao invés de fazer terapia

Talvez seja mania
Guardar o que atormenta e me arrepia

Talvez seja só medo
De sentir vergonha ao olhar no espelho

Mas quem sou eu pra me julgar?
Quem sou eu?

domingo, 7 de julho de 2013

Donas do mar

A noite no mar é difícil
Marinheiro por si não sabe olhar
Os cantos da morte que se aproximam
Aos poucos tomam todo o ar

Um abraço seco e molhado ao mesmo tempo
Um beijo amaldiçoado e canções jogadas ao vento
Explicam o que se foi passado

- Donas do mar

A morte ao relento
O assobio do vento
E o barco que volta só

A noite no mar é difícil
Marinheiro por si não sabe olhar
Mulher que fica em casa
Se encarrega de rezar

- Donas do mar

A paixão pelo mar é forte
Como a onda que puxa,
O marinheiro experiente
Não teme o mar, nem a bruxa!

Tape os ouvidos, novato
Não vai querer se apaixonar
A promessa é bonita
Mas lá em baixo não há ar

Tape os ouvidos, meu filho
A bruxa pode te arrastar
Com um canto bonito
E um beijo de matar

- Donas do mar

sábado, 6 de julho de 2013

Noite escura

Noite escura
Pergunte ao vento
O que ele sussurra
Atrás do tempo

Presente ou passado
Passou pelas estrelas
E fez-se calado
No último andar
Na última janela
A doce donzela
Que tenta entender

O que o vento diria
Se pudesse dizer?

Na noite escura
Pergunte ao tempo
Se ele sempre chora
Por deixar passar
Os bons momentos.

Geena

O terror que me causa
Faz clamar por pausa
E entretanto ainda assim
Continuo a te oferecer
Amor pra vida toda
E tudo que quiseres ter

É tudo verdade, me certifico,
Olho o tempo passar
Enquanto acompanho a dor
E aproveito.

Reclamar não adianta
Mas o faço mesmo assim
"Guardar é pior"
Mesmo que ninguém esteja lá
Para ouvir.

Então vem a noite
E me convence com olhos escuros,
A madrugada passa
E eu perco o sono logo de manhã,
Dias sem dormir
E o terror tomou conta.

Simplesmente fui feliz
Mas não é do seu interesse

Dois dias se passaram
E eu ainda não dormi.
Quando os olhos se fecham
Abrem-se portas para outro mundo
O qual eu queria fazer parte
Mas não me deixam.

O terror que me causa
Ter que te aturar
O terror que eu tenho
Por nunca deixar
De te amar
Ainda assim é pouco
Perto do que não me deixam fazer

Horrorizado em meio a tanta brincadeira
Fico parado, esperando a hora certa.
Quem sabe amanhã eu consiga dormir
Sem nenhum fantasma me atormentar

Sem que os dias pareçam tentadores demais
Sem que as noites consumam as horas
Como o fogo consome o oxigênio

Ainda vou acabar parando num desses hospitais
O qual não nos deixam sair
Quem sabe a noite eles me droguem
E eu consiga dormir.



quinta-feira, 4 de julho de 2013

Circo na sala do jantar

E o nosso circo sempre esteve lá
Mas tudo bem, alguém vai notar
Do fim da tarde até as 8 horas
Pra não se atrasar

Esse elefante no meio da sala
Que não me deixa passar
Fugir pra janela também não vai adiantar
Assuntos a serem debatidos
Explicados ou quem sabe engolidos

O stress, o café e os cigarros
Mais uma dose tomou posse
Do que era só mais uma conversa
Talvez muito mais intima que o comum

Humano erradicado
Pelos próprios mal cuidados
Talvez agora seja insensato
Mas eu espero até o fim da tarde

Quanto mais arde
Arte.

Quanto mais queima
Teima

E o nosso circo sempre esteve aqui
Parado.
Até que um dia
Me tornei uma simples lembrança
Do passado

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Não é o que se vê

A sua falta
Me faz rir
Por não saber o que pedir
Ou a quem pedir

A sua falta
Me faz ficar acordado
Me faz assombrado
Em pesadelos sem fim

A sua falta
Coloca uma pausa
Na minha vida
Que eu deixei escondida
Em algum lugar

A sua falta
Me faz pensar
Nas coisas as quais
Eu deixei pra lá
Por você

A sua falta
Me tira a luz
Que a muito não me conduz
Mais

A sua falta
Me faz parado
Sem querer explicar
Ou mesmo falar
Sobre você

A sua falta
Me faz louco
Tanto que como pouco
Por coisas assim

A sua falta
Me deixa aqui
Pensando na falta
Que me faz
Você

                    - Fabricio Lopes -

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Encaixe

No meu leito de morte
Contei com a sorte
Que a muito havia me deixado
Eu estava jogado
Abandonado
largado ali para morrer
Minha visão estava ruim
Eu estava ruim
Acabando como tudo
E vivendo um dia 
De cada vez, 
Esperando pela morte
Nada me salvaria 
Aquela altura

Me lembro de ver 
Lindos olhos, como o amanhecer
O sorriso cobriu o lugar
Tudo estava a brilhar
Escutei algo como: 
Não tenha medo.

Todos os meus segredos
Eu poderia contar.

Sorri também
Naquele instante eu soube
Que você me salvaria do inferno,
Me traria de volta 
Levaria meus medos consigo 
Ficaria comigo
Arrancaria a amargura

Finalmente achei
O que sempre procurei
Encontrei a minha cura.

              
                         - Fabricio Lopes -

sábado, 29 de junho de 2013

Ambição

E quem um dia pensou que noites quentes trariam dias frios?
O tempo que  passa é sempre escorregadio

Apenas não esquecemos.
Guardamos até explodirmos, como bons samaritanos
Ou pelo menos éramos.
Antes.

A sensação de entender o que acontece
Nem sempre é satisfatória, na maioria das vezes...
Enlouquece.

Talvez, sendo mais um e apenas mais um,
O estandarte vaudevilliano não sirva mais.

Uma triste aposta e troca entre conhecimento e alegria.
"Dramatismo demais!" alguém poderia gritar.
Mas esse, sabemos que; ou tem alegria demais
Ou acha que tem conhecimento de sobra.

Mas o verde sempre é mais verde do outro lado
E o homem sempre procura dias frios
Para que a noite possa ser quente, outra vez.
Ou pelos menos que tente, outra vez.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

P.A.L.O.M.A.

Pra rir de bobagens, um do outro
As entrelinhas, os beijos, as saudades
Longe do real,
Onde a gente sempre se encontra.
Maldição...
A gente se entende.

Pra falar a verdade,
A mais tempo do que se conhece
Larga-se onde deve
Onde talvez eu sempre esperei
Mas então, tudo bem
A gente se entende.

Pouco ou muito
A gente se entende
Lá, aqui, tanto faz,
Os dias passam
Mas mesmo assim
A gente só se entende cada vez mais.

?

Pra não me magoar
Quem faz o quê?

Pra se magoar é só nascer.

Viver, crescer, aprender e morrer.
Verbos, palavras, vamos além.
Por quem?
Quem?

Cavamos a própria cova todos os dias, e por que?
Pra termos o que contar pra um estranho numa mesa de bar enquanto alguém consegue o nosso sonho?

Pra ver o mundo girar, bem diante de nossos olhos,
O fim do dia chegar e ainda continuarmos exaustos, mesmo depois de descansar.

Poemas à parte
Quem faz o quê por você!?
E por mim?
O homem já se jogou na metafísica, mas no fim das contas
Não consegue nem lidar com o que toca
Com o que vê. E a resposta é simples, quanto ao por que.
Porque é homem,
 só homem.

Metafísica demais pra pouca realidade
Realidade bate forte
E pra não me magoar, eu durmo.
Durmo, sem refletir antes, fico acordado a maior parte do tempo
Pra apenas desmaiar, poemas a parte...
Rimas e rimas não vão mudar o quão tenso
É estar dentro disso tudo
E sem direito de escolha ou renuncia
Por puro medo
De renunciar.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Pobre mentira

Você diz que tem amor
Que não vai mais viver
Que prefere morrer
do que ficar sem mim

Você fala demais sobre dor
Diz que nunca vai recuperar
A vontade de viver
A vontade de estar

Você diz que está perdida
Sem vida
Sem saída
Que não tem mais por que
Nem pra que
Fala sobre perecer
Na escuridão fria
E fétida

Você fala muita bobagem
Fala demais, nunca se cansa
De mentir.
Só engana
Os que não conhecem
O que você realmente é
Uma ralé, pobre mulher
Terá o seu tormento
Num escuro buraco
Esquecido.
Que por você mesma foi cavado

Lá agonizará, Sem penar
Sem gritar
Só esperando a hora
Em que os seus pesadelos
Virão
E não lhe deixarão
Até chegar o fim.


                  - Fabricio Lopes -
Largue os olhos em mim
Largue os olhos, meu bem
Não olhe mais ninguém
Que o que eu quero
Só você quem tem.

Largue os olhos em mim
Como se fosse acidental
Largue por aqui o corpo
E deixe fluir,

Não precisamos de mais
Já temos o principal

Largue os olhos aqui
E segure minha mão
Nada mais então
Será em vão.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Fraco.

Um homem sem dor
É homem sem história
Que diabos de homem é esse
Que nunca teve glória?

E é de tanta calma que se vive
Perdido em tudo que existe
É de flor e pétala que exala
Balbuciando amor, pra quem te cala.

Invertido, tanto faz
Fez e já não mais
Há de fazer

Tanto quis e sempre teve
Nunca viu e nunca esteve
Presente pra saber.

Cotidiano

Todos os dias se tem
Obstáculos pra impedir
Barreiras pra ultrapassar
Você precisa seguir,
Precisa continuar

Todos os dias
Lutamos pra ter um pouco
Um pouco que nos é muito
Um pouco de dignidade
Liberdade
Igualdade.
Lutamos pelo que é nosso
Pelo pouco que nos foi dado
Lutamos pelo que nos foi tirado
Lutamos pra sobreviver

Corremos e gritamos,
Caímos, choramos
Fraquejamos, 
Sem querer prosseguir

No entanto, todos os dias
Levantamos
E cedo continuamos a lutar
Por que um dia tem de mudar
Essa nossa vida de cão.

                - Fabricio Lopes -

Haikai - Atraso.

Chuva, cai lá fora.
Poucos estão lá. Pingos.
Já passou da hora.

sábado, 22 de junho de 2013

"Poetas são os que morreram" disse o João

Poesia é frio no verão
Fio de caneta em papel manchado
Já dizia Machado; Amor repelido é amor multiplicado.

Um cigarro e um Whisky
Um livro do Leminski

Um sábado a tarde.

Poesia é quando a palavra toca o sentimento
Poesia é quando você se encontra, se machuca
Poesia é Jobim!
Neruda!

Ainda pretendo me perder nesse meio
Dos que serão lembrados até o fim dos dias
Dos amantes de poemas,
Escritores de poesias.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Seja

Simplesmente esteja aqui
Seja o que ninguém mais
foi pra mim

Apenas diga
Que está tudo bem
E que vai ficar perto
Nada além

Finja que não irá
Me espere adormecer
Preciso te ver
Antes de ir

Pra saber que ficou
E que sempre vai estar
aqui comigo
Lutando contra o perigo
Que me rodeia

Não me deixe aqui.

Sozinho eu não tenho funções
Nem sentidos
E não sei onde ir
Simplesmente esteja ...

Aqui.


Noites a fio

Nas curvas da vida
Vivida
Cheias de idas
E vindas
Deixa-se de ser
Por querer

Esquece-se dos valores
Dos temores
E os horrores
Enchem a solidão
Que esvazia o coração
E faz definhar

Sem o pensar
Sem estar perto

Com o voto perpetuo
De nunca recuar
Sempre seguir
Em frente
Tranquilo e só
A tristeza da dó

Sombrias ...

São as noites que te cercam
E desprezam
Suas expectativas
De um dia ser
O que um dia foi.

                  - Fabricio Lopes -

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Amargo

Os meus cigarros estão acabando
Assim como minha vontade de ficar.
O final está chegando
E eu penso
Somente em parar
Em ir pra outro lugar
E lá ficar

Os cigarros estão acabando
E assim também a dor
Me sobra o rancor
Que ficou
E se apossou 
De mim

Os cigarros estão acabando
Eu estou acabando 
E acabado,
Desnorteado,
Aquietado
Na minha própria 
Solidão
Com um coração
Que não pulsa mais
Por você.

Os cigarros
Acabaram.

         - Fabricio Lopes -

domingo, 16 de junho de 2013

Trânsito

Barulho
Pinga lá fora
A fumaça dos carros e o cigarro
             tudo escuro
Pinga lá fora
Há fumaça aqui também, o cheiro, o sabor

Tudo claro,
Mais um raio,
         pinga onde eu for.

A prostituta (Haikai)

Mãos, de tirar o ar
Diga, senhorita
Quanto vai me custar.

De vagar

Devagar
Vagando por aí

Horizonte que nunca acaba
Sol, tudo é mais pesado agora
Amigos que nunca tive
Verdades que nunca foram ditas

Será que viver a vida inteira como se fosse o último dia é o certo?

Certo, errado... Relativismo é uma bosta, mesmo.
Mas, devagar.
De, vagar.

sábado, 15 de junho de 2013

Em vão

Num dia difícil
Tudo lhe parece estranho
O gosto da água
A cor do sol
O cheiro do pó
Que a sua vida se tornou

Nesse dia
Tudo lhe causa agonia
A letra erronia
De uma música ruim
As mentiras que lhe contaram
As falsas promessas
que lhe falaram ...
Em fim
Tudo
Te deixa confuso

Os seus pensamentos gritam
Como um louco
Que tenta sair.
Eles não te levam a nada
Só a mesma duvida, gravada
Que não sai de lá
Que insiste em ficar
Nesse dia ruim

Nesse dia
As suas duvidas
Tem um fundamento
Na verdade
Nesse dito dia
Tudo negativo tem um fundamento
E ganha firmamento
Dentro de você

Que se vê
Perdido e só

Assim é, o dia ruim.

           
                     - Fabricio Lopes -

Pensamento positivo

Quando tudo parecer perfeito
Todas as coisas te levarem ao auge
Olhe de novo
E repita o olhar
Desperta
É só um sonho

E quando sua mente 
Lhe fizer crente
de toda essa ilusão
Continue a olhar
E acompanhar
Isso vai acabar
Pois sonhos não são reais

Quando estiver entorpecido
Descuidado
Despreocupado
veja bem
Olhe ao seu lado
Não tem ninguém
Por quê é só um sonho
E não é real

Não é real ...

Lembre-se do gosto ruim
Que ficou em sua boca
Lembra das lágrimas já derramadas
E acorda.
Não vai mudar
Não adianta tentar
Não terá sucesso

Não tem sucesso.


               - Fabricio Lopes -

Curado


                                      



                                                                   Curado

De todo o passado
Já não ligo mais

                                                                   Fechado

O tempo mudado
E já não chove mais

                                                                   Cansado


Do tempo perdido
De se lamentar

                                                                   Mudei

De casa o coração
Que cansou de chorar

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pequenos desejos

Um Pouco de Lealdade
Amizade 
E respeito também.
Um pouco de loucura
E doçura
E o sorriso que se tem.
Um pouco de você 
Sem por quê
Nem pra quê.
Um pouco de te ter
Com Prazer
Sem querer
Parar.

Um pouco de Maldade
Com carinho
No meu caminho
Torto

Um pouco
Do pouco 
Que eu quero
Pensar
Sem falar
ou Mostrar.

Um pouco de tudo
Que eu tenho
Que não vale
O tanto que me é,
você.


           - Fabricio Lopes -

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Correr na chuva

Brasa, que molha
Olha que sorte
Seguindo cansado
Na direção do norte

Fica, se molha
Andando ou correndo
Poeira ou folha
No céu se contorcendo

E de que adianta
Seguir tão afastado
Se os dias são os mesmos

E os movimentos cansados
Socos a esmo
Sem nenhuma demanda

quarta-feira, 12 de junho de 2013




              Arma
      Armadilha
Amar

Tenta
      Tentativa
           Ganhar

                         Ao invés de tudo isso, só um leve suspirar.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Tudo mútuo

Dias, dias
Noites e tardes
Pelas quais passamos, despercebidos
Em relação ao tempo
Mas não é algo relativo

É mútuo

É simples e complicado
São dias e noites de convívio
Tardes que ardem, mesmo sem sol

É mútuo

E frustrante quando não vem
Mesmo sabendo que se tem
Mesma espera por alguém

É tudo


terça-feira, 4 de junho de 2013

Tempo plebeu

O tempo falta,
O comprometimento também,
Pra quem tenta algo, alguém.

O tempo fala,
Escuta quem quer,
Pondera quem tem.
Escuta, ninguém.

O tempo anda
Tão lento quanto eu,
Todos os dias são assim.
Plebeu.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Marginal

Sou um marginal!
Porque hoje em dia, ser poeta está fora de moda...
E ser marginal nem é tão ruim assim, sabe?
Eu tenho um violão, uns papéis e caneta.

Quem mais pode me impedir?
Alguns cigarros, um pouco de café e uns livros, veja só, um completo vadio.

Sou um marginal!
Por escolha, por desejo, e no fundo eu realmente acho que todos queriam ser assim.
Afinal, que homem ou mulher quer acordar as 6:00 da manhã pra sustentar empresas dos outros!?

Sou um marginal e da margem eu nunca sairei
Se é pra se juntar a alguém, que seja a margem que eu criei.

sábado, 6 de abril de 2013

O Ultimo Adeus

Um ultimo suspiro
longe demais
triste demais
Longe de mim

Não pude dizer
O quanto lhe amava
E respeitava
Não pude falar
Nem te abraçar
Ou ao menos dizer
"Volte logo"

Uma parte de mim se foi
E vai sempre faltar algo
Com o fardo
de não poder
Lhe dizer Adeus

Adeus, meu irmão.


       - Fabricio Lopes -


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dinheiro pra quê?

Não tem dinheiro que compre a imortalidade
Mas dinheiro compra muita coisa, lealdade,
Mulheres, bebidas, cigarros
Rancor, ódio e pigarros.

Dinheiro é um mal pra vida toda,
Dinheiro só serve pra sustentar coisas que não precisamos,
Pra ganhar admiração de pessoas que não gostamos,
Pra viver uma vida a qual nem ao menos conseguimos lidar,
Num meio social o qual somos forçados a sustentar.

Um cético me disse um dia, " A única forma de se conseguir imortalidade, é sendo inspiração pra um poeta "

sábado, 30 de março de 2013

Beijos de nicotina

Euforia de criança
Um antídoto pro mau-humor
Onde a dor já se esconde
No meio dessa valsa

Beijos de nicotina
Os quais não posso recusar
Se ao menos cogitasse
Ainda assim, em vão, haveria de ser.

Pois, de tão pequena e bela a flor
É impossível, da mesma, se desfazer
Sendo assim, carrego-a comigo
Para lá e para cá.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Soneto

Conquistas turvas
Em tardes claras
Por essas curvas
De vezes raras

De tal medo
E também desejo
Fizemos nosso próprio enredo
De amor sobejo

Incomuns cuidados
Agora privados
Tendem assim a progredir

Que assim seja
Com muita cerveja
Estarmos sempre a nos divertir

sábado, 16 de março de 2013

Fundo assim

Suspiros o dia todo
Todas as outras mentiras de amor
E ainda não entendo
Como pode alguém ser tão desatento

Suspiro o dia todo
Caixinhas de dor
Fuja pra onde der
Escape se quiser

Eu simplesmente não consigo acreditar
Que tanto tempo vão
Fosse tão fundo assim

E corta
É morta

Faca
Fogo
E fumaça
Todas nas suas
Respectivas caixas

E segue

Colapso diário
Lapso vital
Esquecimento do tal
Jeito de viver

segunda-feira, 11 de março de 2013

Ainda hoje

Cansativamente
Exaustivamente
Inutilmente
E repetidamente
Foram-se todas as tentativas
Mais que uma, ou duas feridas,
Todas pelas mesmas causas...
Perdidas

quarta-feira, 6 de março de 2013

Ardeu

Meu simples é o meu mais complicado
E o que eu tenho são só alguns livros velhos
Meu simples é o meu mais erradicado
E tudo que eu tenho, são lembranças de velhos sorrisos

Nas ruas dos tempos, enquanto lhe vejo
Arrumando-lhe serenatas de tanto desejo
E você em casa, sem saber.

Não estava lá.

E de tanto correr, cansa as pernas antes do fim da tarde
Senta um pouco e descansa...
- Essa vida arde.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O "Por que" dos infernos!

Goste o resto ou não, o resto é só o resto.
Então, mais que entretanto e porém

Não vejo o porque, de tantos alguns
De poucos, nenhuns
Ou até mesmo outros,
Estarem por aqui
A falar "verdades" que os convém.

Ora, veja bem,
De que adianta isso tudo
Se aqui, na minha frente,
No meu mundo,
É tudo simples e rápido, e apenas o que me importa
É o "por que?"
Por que diabos?

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Num sábado de manhã

Ai, como é que tudo isso
Feito assim, de tal maneira
Fez-se bem a vida inteira
E ninguém se perguntou?

Ai, se é essa a verdade
Que então me enganou,
Por que de tanta enganação
Se no fim é tudo passageiro?

Aí, se a vida fosse longa,
Se os dias fossem curtos
E o sol se pusesse de manhã.

Ai, que dor que seria
Acordar todo dia
Sem ter que levantar,
E o tempo, estando assim,
Há de passar
Sem ao menos refutar
O que a dor tem de melhor.

E os dias... Ai, os dias,
Tão cheios de solidão
E mesmo assim, felizes
Por si só, então,
E mais uma vez
Largado no véu de escuridão
Fez-se noite onde havia luz
E mais uma vez,
Pregados na cruz
Temos que viver
Até que então
Um belo dia
Seja tudo
Em
Vão.

Haikai

Pra cada pescador
Um peixe no mar
Morreu de amor

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sem sal

Me acostumei a falar de coisas ruins
E as boas não me rendem mais
Me acostumei a achar que tudo vai piorar
E mesmo feliz, me esforço pra lembrar

Lembrar do que não preciso
Do que me persegue.
Resolver as coisas do modo antigo
Tentando ser feliz, estando em perigo

Eu me acostumei com coisas ruins
E me falta um pouco disso
A vida tranquila e sem confusões
Me faz mais ocioso que o normal

Mais audacioso então
Seria se eu deixasse as coisas
Como estão

Tudo quieto
Sem sal.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O bom do silêncio

Calado e ciente
Se fez de coitado
Por ser paciente
Com o pobre
Desinformado

Que cada ciência
Caíba no bolso
Na mente
Ou no pescoço

Mas apenas o bom senso
De se calar
Seja suficiente
Para a paz
Continuar

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Sobre a paz e a solidão

É tão errado
A paz e o silêncio
Serem tão amigos
Da solidão

É tão errado
Estar só
Em um mundo
Tão lotado

É tão errado tudo isso,
As lágrimas que percorrem
Os cantos do quarto
Os cantos marcados
Das músicas de amor.

Se amamos até o fim da vida
É a dor, de fato, infinita?

É tão errado aceitar,
E é apenas aceitar as coisas como elas são
Que ajuda a melhorar.

Conformismo, algo tão errado
Por que nos conformar com o erro?
Por que viver assim, coeso com a solidão?

São muitas questões, e nada disso melhora
Do contrário, piora
E escrever não ajuda.

Solidão só serve pra se jogar fora
E esperar alguém recolher

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Atentado notável

Atento contra mentiras
E também contra verdades

É tudo sofrido, e os atentados
Paisagens
Atente os passos ao redor
Atente e tente até não precisar mais tentar

Atente constantemente
E não se esqueça
De notar

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Céticos

Um toque hermético
No poeta cético
Um brilho negro
Sobre a pele branca

O cigarro cobre o cheiro
Do perfume e do lugar

Mas o que chama a atenção, de fato,
É o olhar

O cético ali, parado a pensar
Me fez crer que talvez
Seja tudo por vez
E venha a mudar

A vida por vez
Tem a sua também

Se é que me entende,
Afinal, não sou ninguém

Mas assim como o cético
Irei passar.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


I

É grande, sabe?
E pesado.
E eu venho carregando isso, pra lá e pra cá…

Já faz algum tempo.
Já faz tempo demais, e mesmo assim…
De noite.

II
O sol nem entra mais no meu quarto
Portas e janelas fechadas
“Não quero nada, nem ninguém”
Repito isso pra mim,
Esperando que alguém escute e entre no meu refúgio
E me arraste junto, até além das casas,
Além de tudo isso e além da vida

Por que viver assim, já não me faz sentido algum

III

Hoje levantei e tive a chance de ter algo de novo
De novo, outra decepção
Ontem, tive uma noite auspiciosa.
Que terminou de costume, com lamentação.

Os cigarros acabaram
E francamente eles nem ajudam mais.

Escrever essas coisas também não faz diferença
Um abraço mudaria tudo, mas ninguém se abraça hoje em dia.
Acho até que é errado. Deve ser…

O pouco que eu tenho a vida me rouba
As pessoas tiram, os olhares julgam.

E é tão solitário aqui.

IV

Já não me concentro, já perdi a calma
Já perdi a fé e a esperança de melhorar.
Não há Deus, não há homem

Só animais e um ser solitário parado no meio.

Um ser solitário que ama a todos, e perde um pouco da alma, todos os dias
Por se arriscar em ama-los

Não há nome, não existem nomes, são todos iguais
Animais, todos podem amar
Tolo o que amou primeiro.

Do que se vê

Sabem além
Do ninguém
E do porém

Que alguém
Ou até mesmo
Outrem
Já passou por esse trem

Mas o motivo aparente
Do porque de tanta gente ser assim
Sabe lá quem, o porquê.

Qual o quê.

Sei que vai mudar de vida.
Curar todas as feridas
E tentar, da própria vida,
Não ser mais um refém.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A ultima

Não quero lembrar
O quanto foi bom
Pois nesse feio tom
de azul escuro
Me deixa em apuro
E fica a sorrir

Não quero pensar 
no que seria depois
Pois o depois 
demora a chegar
e eu já quero estar
longe daqui

Não quero tentar 
Salvar:
O que já esqueceu 
O que você tenta lembrar
Pra tentar mudar

Não quero
Lembrar.

           - Fabricio Lopes -

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sobre o orgulho

O orgulho que destrói os meus dias.
Finjo não tê-lo, por puro orgulho de assumir!

Não consigo escrever,dizer ou expressar.
Mas não é novidade.
Talvez coisa da idade e vá passar.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Culpa

Desculpa
A culpa
Que eu carrego

Murcha
As flores
Que rego

Olha
Os olhares
Distantes

Instantes
Que perdi
Nos minutos
Restantes

Haikai

Dia. Uma flor que há
Nas verdes asas do céu
Sem nem pestanejar

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Um novo poema

Um novo sorriso
Ainda mais bonito
Talvez.

Um novo carinho,
Mais quente
Toda vez.

Com mais beleza
Com mais certeza
Ainda duvido

Mas ainda assim
Com tantos tercetos
É num simples quarteto
Que o poema de amor chega ao fim.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Até levantar

Falou ao vácuo
E o eco lhe respondeu
A dúvida que talvez
só o álcool lhe concedeu 

Bebeu ligeiro e sentiu o pigarro,
O gosto amargo da mistura e o cigarro.
Maldita guisa que não sai de mim.
Coisa que veio do nada, 

Veio assim.

Vou levando até onde consigo
Eis comigo, o que quero levar

Bebidas e cigarros
Até onde der pra ir
Até eu conseguir andar 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Um diálogo casual

-Esse mundo virado, seu moço...Esse mundão não é mais a mesma coisa.
 Gente construindo trens enormes, casas gingantes, já pensou se isso cai por cima de alguém?
Eu não sei de motivo pra ter tanta coisa. É coisa de mais pra pouco gente, e pouca coisa pra gente demais.

- Mas isso é questão de tempo... O tempo passa e só piora, e temos muito tempo no passado.
Muito tempo jogado fora, muito tempo desperdiçado, a ciência evolui, mas o homem só se atrasa, nós fomos direto pro que é brilhante, pulamos o básico, por isso que o simples ainda impressiona a gente...
Nós não aprendemos a amar, ninguém sabe o que é amor. Nós nos esquecemos de respirar.

-É tudo tão errado, mas é tão simples de resolver! Eu nunca vou entender essa vida mendiga que eu levo.
Levo aos olhos do povo, já que viver da terra é o mais fácil (...).
Eu só queria saber se antes de morrer ainda verei um sorriso sincero de amor. Veja só, não tenho filhos, nem mulher... Sou um perdido no mundo, vim de passagem e me perdi na cidade. A angustia que me corre as veias cairá junto comigo, com essa sorte toda que tenho, capaz de nem enterro, ter.

- Não diga besteira, homem. Hão de lembrar de você! EU lembrarei de você!

- Mas aí... quem vai lembrar de tu quando for sua vez?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Breve despedida

Seria melhor não ver,
Não ter,
Deixar ir,
Seguir
Sem ter que pedir
Que esqueça

Seria melhor a dor
Sem amor,
Sem pudor
Com todo o rancor
Que pudesse sentir,

Deixar ir...

Pois nenhuma dor
Dura uma vida,
Como ferida
Que não se fecha

Seria melhor não ter,
Nem querer ter,
Seria melhor não ter tido.

Seria melhor.

                 - Fabricio Lopes -

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Um poço que não posso

O que me impede de sair
É a saudade de ficar
E tudo que eu queria
Era uns momentos pra parar

Parar no tempo, no espaço e de pensar,
Parar de olhar tudo o que eu faço
Pensando em acabar.

Não tenho cordas,
Nem barcos,
Nem velas, nem céus

Tenho feridas, cortes.
Sujeira,
E um véu preto
Que serve pra cobrir o mal
Carregado por dentro,
Carregado sozinho

Açucarado de sal,
Quente e gelado
Tudo ao mesmo tempo
E nada por acaso.
Nada é o que eu faço

É tudo jogado
Em um grande buraco

Doce

Seria pedir demais
um pouquinho de paz,
então vou me contentar.

Pelos menos eu posso desabafar.

Alguém vai ler, alguém tem que ler!

É muita coisa e pouca ao mesmo tempo,
não se pode comparar, mas não se pode negar
os suspiros de mar que damos antes de dormir.

Nas águas que queríamos deitar antes de dormir.
Não é conveniente abandonar.

Mas o querer as vezes toma
E sofrer nunca soma.

E tudo por causa dessas coisas
que acontecem com todo mundo,
em todas as cidades, todos os lugares

Mas ainda assim, 
o mar sorri pra mim.

E eu lhe retribuo sempre com o mesmo desejo
de não voltar