quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Por ventura

Linda noite essa
Como numa peça
De mocinhos e vilões
Onde o mocinho conquista
Aquela princesa mais que bonita
E o vilão, definha até morrer

Linda lembrança essa
essa que eu lhe faço sorrir
Um sorriso tão lindo
Que me faz querer ir
Até não mais, poder vir

Linda tragédia essa
Que me fez ir depressa 
Sem ao menos um adeus

Lindo final esse 
Que me diz o quanto fui mal
E estraguei o final

                - Fabricio Lopes -

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Noites no mar

E eu não vi nada
Nem vejo
É só desejo
Só vontade.

Não sinto as pernas
Me falta o ar
Me falta o mar
Doce e gelado
Sob o salgado luar
As saudades e os vazios
Perdidos aleatoriamente
Enterrados de gente
Apertados na mente

Destruindo minhas noites
Sem ninguém saber

Calado e sofrido
No ardor que é viver 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Caixinhas de paz

E o cigarro me perturba
Mais uma vez, querido amigo
Mais uma vez, na tosse,
Inimigo.

E a cachaça me afoga
Outra vez, doce, e ardente
Outra vez, amarga
Que nem gente.

Gente demais
Pra falar a mais
Pra falar dos mais
E dos males apenas
G-e-n-t-e
Gente que nem sente
Nem sequer entende
O mal de viver no meio
De tanta gente.

Prefiro os cigarros
E a velha cachaça

Pra fugir da desgraça
Que é não ter paz

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Nas gargantas

Uma palavra
Que mudou de repente
No meio da mente
Num passo constante

De seguir adiante
Indo pra trás
Sem ao menos, paz
No que retrata

O tempo cego
Nas coisas que só
Nas coisas apenas

No mar, sossego.
As palavras dão nó
Nas almas pequenas

Os fortes

Sou sagaz
Nas coisas amenas
E por menor que seja
É o que a gente faz

Sou forte
Quando lido com problemas
E por mais ruim que esteja
Rezo por um pouco de sorte

Mas sempre choro
Quando chego em casa
E abro a geladeira

Eu pergunto e imploro
O porque de tanta brasa
E não uma brisa, calmeira

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A flor

E com pouca sensatez
Estupenda seja a flor
De sangue amedrontado
Com dentes amarelados

Rindo do ardor
Das questões inacabadas
Das feições equivocadas
De uma eterna estupidez

Convocada regalia
Pra todos os plebeus
De uma morte, maioria

De um dos filhos seus
De miséria à tirania
Em eterna romaria

As luzes do Norte

Encanto de luzes
Com data marcada
Da mãe do raiar
Dos ventos do norte

Com um pouco de sorte
Se vê brilhar
As cores arcadas
Num céu de verdes

Canções das virgens
Suadas nas guerras
Das almas levadas

O tempo me espera
Dos fogos do norte
Do sol terrestre

sábado, 8 de dezembro de 2012

Em cinco minutos

Eufemismo pra dor
Se faz na madeira
No suar do corpo
De quem os odeia

Eufemismo pra mentira
Se faz a fumaça
Que cobre a desgraça
Da pura verdade

Nas flores das ruas
Nas avenidas dos galhos
Os amores, quebrados
Os horrores passados

Eufemismo que faço
Pra falar do que passo

Não conto a ninguém, mas todo mundo já sabe
Que o tal eufemismo, me faz na vontade
De quem sabe, verdade, ou até na maldade
Do olhar passageiro que me convém
Como Deus alheio no mundo de homens
No mundo de criações, se faz mentira.
Como Deus alheio.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Daqui à sei lá

E daqui à dois anos
Daqui à dois dias
Quem sabe, noites frias
Me aguardam por sob a moita 
Me esperam pra sofrer
Como quem já não sabe ver

E daqui à dois anos
Daqui à dois dias
Quem sabe eu não esteja mais aqui
Talvez eu só esteja. 
E não sei se alguém me procura
Se alguém me fareja
Se alguém liberta, se alguém me cura.

Nego tudo o que sou e as vezes tudo o que tenho
Pouco que seja, fodo os meus olhos, fodo minha vida
Acabo largado no canto da cama, papéis demais,
Anos demais. Dores na carne cicatrizariam mais rápido.

Eis que então me pego sem moedas
Não se pode atravessar.
E ficar aqui parado, não vai trazer você
De nenhum lugar.

E daqui à dois anos, espero não mais estar

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pra toda a vida

Pra se encontrar
Alguém tem que agir
Pra se fazer
Tem que deixar ir

Pra o mundo olhar
Alguém tem que ser,
Outro tem que vir
Pra alguém ir

Pra onde quer que vá
Tem que sorrir
Mesmo não estando lá

Pra onde você for
Leve uma flor
Pro primeiro que vir

Cansaço

Cicatrizamos uma ferida
Arriscando-se todos os dias
Até abrirmos outra
Que seja maior que a antiga

Se não fosse pela preguiça
Eu até iria
Atrás de outra lura
Atrás de toda a cobiça

Se não fosse pelas pernas cansadas
De andar em círculos mal feitos
Feitos nas estradas
Com facas cravadas entre os peitos

Se não fosse pelas dores que sinto
Aqui no que chamam alma
Onde sempre me falta alento
Onde sempre me falta calma

Se não fosse pelas desculpas que acho
Pra fugir do cansaço
Que é amar de novo

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

São

Eu queria ver a minha cidade
Com um pouco de beleza
Que falta na alma do povo
E entristece meus ancestrais

Eu queria ver a minha cidade
Lutando contra os que a trai
Fazendo algo novo
E mostrando um tanto de nobreza

Eu queria ver a minha cidade
Expurgar-se dos ignorantes
Vê-la um pouco mais brilhante

Eu queria ver a minha cidade
Que é "de todos os santos"
Por cima de todos os restos.

                    - Fabricio Lopes -

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O silêncio gritou


Demasiadamente humana
Se fez de mentira
A confiança perdida
Com quem te engana

Demasiadamente perdida
Se fez de choro
Com o que te imploro
Ao som da ferida

Demasiadamente imploro
Mas já me arrependo
Mesmo assim decoro

Demasiadamente arrependo-me
Ainda tremendo
Clamar seu nome

Deuses

Ou só finge
Com intensão

Como quem tudo quer
Porque nada tem

E o ego é tão grande, que faz parecer
Que perto de mim, Deus ele é

E chega a hora do porém
Mas afinal, ele é.
Nego até o fim
Mas ninguém chega ao fim,
Sem um pouco de fé

Todos nós somos deuses
Da nossa própria vida.
Temos poder de tirá-las.

Alguns, muitos.
Tem poder de tirar quantas quiserem.

Mas tempo é o que nos falta
Quanto tempo perdemos tirando vidas
Em meio ao caos que criamos,
Fazendo feridas
E a vida que perdemos sem notar
Passa rápido demais.
Num piscar.

Sou Deus de minha vida, e de quantas eu tirar.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Pés

Sempre tem um escape
Nos pontos em que menos olhamos
É como uma surpresa
Que estava o tempo todo ali 
Esperando pra ser aberta 

A surpresa se faz de massagem
A massagem me faz de besta

Perco a vontade de rimar
E começo apenas a escrever
Sobre as coisas que me vem acontecendo.

Morenas que passam por mim
Olhos bonitos. Cabelos, cheiros
Cheiros esses, que ainda nem senti

Mas me restam esperanças, mais uma. 

Fico pensando onde tudo vai acabar
Se eu deveria começar
Mas acho que já comecei
Nunca se sabe.

Eu nunca sei.

Nos contos sempre dão certo
Mas só escrevo coisas erradas.

Deve ser pra representar a minha vida torta
Onde toda janela, é porta.
Por ausência mesmo.

Por querer, eu só tenho você.
E o resto do mundo. 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mais uma noite

Você ainda me aparece,
Mesmo sem eu chamar,
Me convém todas as noites,
Mesmo com todo o ódio que sinto,
Me aparece só pra gargalhar.

Saber se ainda estou triste,
Se ainda lembro...

E meio desatento, fico a beira.

Largado e a mercê de uma nova aventura.
Mas todo mundo sabe que só viemos a terra
Pra morrer aos poucos.

E o que nós somos, além de um bando de loucos? 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Afinal

É a realidade, meu caro
Nada mais que isso
Talvez com um pouco de fetiche
Mas ainda assim, real

Sem preparo
Sem compromisso
Viral e livre
Sem porque, nem qual

O que temos e o que devemos
O que somos e o que vivemos
Nada mais que o normal

Na vida que levamos
E para onde vamos
Inicio,meio e fim, afinal.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

E mais um poema sobre morte, foi escrito

É sina
É destino
É rima
É ferino

São duas
São suas

Vidas perdidas
Perdidas na vida

No céu de andar
Que é o ar que te rodeia
Faz tudo perfume
Com o toque betume
De quem já não sabe falar

Problemas demais
Num pequeno espaço de tempo
Largado, sem alento
Sem paz

Jovem demais pra reclamar
O senso me proíbe

E como quem dirige
Passo o dia a olhar
As pessoas que passam
Pra lá e pra cá
Sem conseguir deduzir
Mas sempre a me indagar
O que diabos vamos fazer
Quando o dia da igualdade chegar

Será que todos pensam assim?



sábado, 24 de novembro de 2012

Vento

É meu tempo
De continuar
Seja lá o que for,
Eu vou com o vento

Pra onde me levar,
Pra onde tenha amor,
Ficar não me convém,
Já não tenho ninguém,

O tempo há de dizer
Pra onde eu devo ir
E quais ruas devo vestir

Com um cigarro e um violão,
Deixar o dia anoitecer
E cantar de ingratidão

De tão bom

Sufoquei de "bons dias"
Sufoquei de "boas noites"
Sufocaram-me alegrias
Espancaram-me com açoites

De tão bom que fui
Espancado me tornei
Maltrapilho e maltratado
Jaz aqui tudo o que sei

Sei que fui abandonado
Deixado de lado, bem aqui
E de olhos desesperados

Fiquei a encarar
Sem entender nem indagar
Apenas, segui.

Última carta

E todos os sorrisos que contei
Foram no fim, em vão
Vivi de ilusão
Dos sonhos que forjei

E com tudo o que passei
Descobri que afinal
Pessoas fazem mal
Um mal que só eu sei

E faço aqui, o último soneto
Entre tantos que vou fazer
Sobre isso, não vou escrever

Nesse último terceto
Não sei se digo o que penso
Ou se continuo com o meu senso


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Vago

Um buraco no chão
Que fiz em devaneios
De sentimentos alheios
Com a minha própria mão

Fiz sozinho, não é lá grande coisa
Acho que eu sou bem mais que isso
Ou talvez seja apenas o que eu preciso
Um buraco no chão
Dentro de uma calça e uma camisa
Um buraco pra se pensar
Um desses buracos escondidos
Que ninguém vai enxergar
Sem calor e inconsciente
Afirmo que não acredito em almas

Suponho que o buraco seja na mente.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Perdi

Cansado de choro
Ao som de Chico,
Poeta rico,
Amor sonoro

Sinto um aperto
Por causa do erro
Que cometi a alguns anos
Atos profanos

E parei no segundo quarteto
Não sei mais pra onde ir
Nem sei mais sorrir

Me engasguei no último terceto
Com as luzes que hão de vir
Pois aquele sorriso,já não está mais aqui

Segunda-feira no meio da semana

Acordei, olhei pro teto,
Inútil e estúpido,
Com a força de um feto
E com olhar torcido

Resolvi levantar,
Afinal, ainda estou vivo
Ou pelo menos pareço estar,
Isso é relativo.

Tenho um pouco de medo de sair,
De acabar caindo na rua,
Porquê em casa eu já caí

E a esperança é tão ingênua
Que ainda nos faz acreditar
Que todo mundo sabe amar 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Conformismo

E todo poeta já escreveu
Algo que depois não quis ler
E todo poeta viveu
Aquele momento pra esquecer

Um mundo inteiro de poetas
Um mundo inteiro de rimas
Pra quem já teve promessas
E hoje, lastimas

E quando a dor de cabeça
É mais forte que a do peito
Peço que padeça

E sinta-se satisfeito
Coisas pra esquecer
Que levarei no meu viver

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Como um filho teu

Causa-me dor,
Ver-te desse jeito
Sobra-me respeito
pra lhe acalantar

Não és sangue do meu sangue
Tampouco parente meu
Mas és parte da minh'alma
E por ti carrego amor

Me dói ver-te exangue
Contemplando o nada constante
Sem ter o seu apogeu

Me dói ver a sua dor
O quanto já sofreu
E o seu rosto sem rubor

       - Fabricio Lopes -

Um maço de lembranças

Derramou tudo em si 
Gotas azuis de um céu cinza
Que me faz apologia ao cigarro
E esqueço metade, num sorriso 

Com as mãos sujas de barro
Ser criança é o que preciso
Mas o tempo me finta
E nem meu herói me chama de guri

Enquanto a vida vai acabando
E o cigarro também
Trago e fico pensando

Em tudo o que me mantém
Não que seja útil 
Mas faz-me sentir menos fútil 


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Daqui de baixo

Deve ter algo de errado.
O que não me é estranho
Já que viver é pecado
E errar é humano

Deve ter algo de errado
Mas nunca sabemos onde erramos
O pensamento é pesado
E o julgar, soberano

Sair na rua já é difícil
Por olhares e títulos
De cima desse edifício

Feito de sujeira
E envolto de brincadeira
Destruindo o meu vínculo

sábado, 17 de novembro de 2012

Sobre a morte dum plebeu

Na maioria das horas do dia
Eu penso em como seria

E se do nada, eu apenas sumisse?
Eu penso em todos os meus amigos
Aqueles 3 ou 4
Eu penso nas coisas que vou deixar pra trás
Todas dentro do meu quarto

Penso nela, amando outros
E eu sem poder levantar, parado.
Esperando apodrecer,
A morte convém a todos nós
Desde a dádiva da vida,
Seja ela por espera
Seja ela por ferida

Eu me pego pensando, o que de fato mudaria?
Uns iam até chorar...
Outros iam pensar em mim durante algumas semanas
Mas iam acabar esquecendo

No fundo ninguém dá importância a nada
E mesmo sendo um nada
Ninguém dá importância 

Obscura Verdade

E quanto a mentira ?
será que existe em todos ?
Ou somente os tolos
Que estão a barganhar ?

Guardar aquilo que é seu...
sair na frente do seu semelhante
Lhe faltaria uma consoante ?
Ou formaria o seu apogeu ?

Se por ventura fosse a solução
O que faria pelo seu irmão ?
Ficaria atrás ou na frente ?

Então que mal há na mentira ?
Talvez causasse muita ira
Se fosse sempre verdade, independentemente


                             Fabricio Lopes

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sobre o amor e o jardim.

Eu tenho três amores
Sortudo que sou,
Todos perto de mim
Uns nem tanto
Mas levarei comigo até o fim

Tenho três amores 
Todos três com cheiro de flores
Não tem como esquecer
Um tem o sorriso de poeta
O outro de quem já sofreu
E o outro que é só meu

Eu tenho três amores
E não divido com ninguém
Roubo-os todo dia
Carinho, palavras e alegria

Três amores, que nunca vou perder
Mesmo quando enfim,
Eu morrer.

De olhos fechados


Mas é todo dia
Que acorda assim
A grande maioria
Fazendo motim

E a paz que me falta
Por conta da malta
Se faz convivente
Com a vida que levo.

Não se pode culpar
Quem não sabe entender
Então,tudo eu relevo

Mesmo sem querer
E de fato me canso
Mas não vou reclamar
Fecho os olhos e danço

Deixo o mundo gritar


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ela é sempre igual

Queria falar de você
Queria até cantar
Queria escrever
Mas não vejo um porquê

Não vejo razão, não sei o que é
É falta de ar, é falta de fé

Você não expressa
Se faz de difícil
Mas nunca tive pressa
Sou mais um civil
Ouvindo promessa

Eu sei que não vai
Eu sei o que me espera

Me faço de tolo.

Mesquinha e mísera

Como todos os amores não correspondidos

Doutrina da dor

Tanto direito
Tanto respeito
É muito saber
Pra tão pouco ser

Me diz o que faço
Onde devo fazer
Me diz o compasso
Que devo bater

Pra quê ter um sonho?
É tudo mais fácil
Se você estuda

Se termina o ginásio
Se isso te agrada
Me deixa tristonho

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O medo que dá

Na pedra que piso
Tantos já pisaram
No anagrama que fiz
Tem um padre e um riso

Um cantinho só pros dois
Numa festa a fantasia
Esbanjando simpatia
No cantinho, só nós dois

Eis que então
Não tem mais rima
Perdi a vida aqui em cima

Parei no tempo pra pensar
Olhei em volta, rezei pro mar
Te entreguei o coração

Refém de mim

Um bom café com leite
      Mais leite que café
Pouca fé e muito enfeite
      Seis e meia
      Todos de pé
Trabalho árduo e mútuo
      Preso no vácuo
      Desse mundo
Eu que de vagabundo
Sou um vagamundo
      Vivo preso
Aqui no meu quarto

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Reforma

Como é que se acorda, mesmo?
Como é que se levanta?
Deixo tudo a puro esmo 
Cheio de nós na garganta

Deixo as coisas passarem 
Ainda é só o começo 
Se porventura, as mesmas ficarem 
Eu troco de endereço 

E depois eu nem sei
E depois nunca se sabe
Poesia pela metade

Que eu nem considerei
Sem apelo nem deidade
Pode ser que tudo acabe

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Besteirinhas

Essas coisas pequenas
Que a gente deixa passar
Essas palavras amenas
Que eu queria escutar 

E me falta tanta coisa
Me falta o mundo inteiro
Um pequeno sorriso
Num filme sem roteiro 

Uma história pra escrever
Que me contam todo dia
Um dia pra contar

Pros futuros que hão de vir 
Sem muitos arrodeios
O que me falta está por vir

Tempos difíceis

E eu que pensei 
Que já tinha falado
Eu que pensei
Que tava tudo errado

Ainda há de piorar
Ainda há de desmanchar
Um mundinho inteiro de rancor
Por culpa de sei lá quem

Entre nós dois tanta coisa
Que é até difícil saber
O que temos a perder

E ganhar já não faz parte
Cada um com seu jeito aparte 
E tempos difíceis me convêm 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Brado solitário

Gritou de dor
Clamou por Deus
Vã esperança
Trazida dos seus

Chamada loucura
De quem esqueceu
Paz e tortura
Cairdes num breu

Pedidos amenos,
Lágrimas de rancor
De filhos pequenos

Perdidos no tempo,
Com falta de amor
De um herói desatento

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Olhos de água

Olhos de água
Num mar de solidão
Coração de mágoa 
Cercado por paixão

Canto vão e maldito
Dum cantor perdido
Que nem ao menos sabe
O que lhe faz feliz

Ares de aprendiz
Jovem aventureiro
Aventurou-se nas ruas
Do Rio de Janeiro

Num país de carne
Criado na mente
Pútrido pensamento
Que lhe faz andar
Seguir a diante
Querer amar

Num tempo de sorrisos
Cegos feridos
Crianças nas ruas
Com as almas nuas
Sem criação, nem perdão
Não tem Deus nem pão

Apenas um sopro de bondade
Que se vê em meio a toda a vaidade
Num apartamento de luxo
Em meio a todo esse lixo

domingo, 4 de novembro de 2012

Era verdadeiro

O que sentes
Olhando pro nada
O resto da vida
Os olhos cansados

Tamanha ferida
Que fiz em você
Menor que a qual
Me fizeste sofrer
Porque tanto ódio? 
Pra quê tanta dor?

Tamanho remorso
Tamanho rancor

Vivo com isso 
Sem ao menos transpor
Que além de tudo
O que sinto é amor 

De água a vinho

O quão sofres agora ?
Por um aperto na garganta
Por um amor correspondido
Estás aí a definhar

Não vejo-te mais lá fora
Aquele belo sorriso
Não queres mais mostrar
Pois sabes que não adianta

O quão sofres agora ?
O quanto sofreu outrora ?
Precisas dizer adeus

Precisas continuar a seguir
Continuar os caminhos teus
Apenas deixar ir

               
               - Fabricio Lopes -

Carma

Vi faltar o brilho
Vi tudo sumir
Olhos de um filho
Que nunca sorri 

Vi ficar sem ar
Vi tentar tossir
Faltas-te força 
Pra tentar prosseguir 

Vi indo embora
E não pude fazer nada
Chamei por seu nome

E continuou deitada
Já era a sua hora
Acabou-se a jornada


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

De hoje a oito

Não temos mais o que falar
Nos resumimos ao que somos
E o que somos não tem verbo pra rimar
Nem adjetivos. Apenas somos

E deixamos passar
Os dias e os anos
Deixamos de sonhar
E não sabemos o que fomos

Como anda a tua vida?
Só isso que tem pra me falar?
Provoca-me o tempo todo

Só por provocar
E de todo modo
Não deixa de me amar

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Desapego

Minhas coisas
Que vocês fazem
Lá dentro me dói 
E aqui elas jazem

Enquanto você as constrói 

Nada do que foi feito é teu
E quão santo é o meu
Se mal feito pode ser feito?

Já não sei o que quero
E vocês me passam tão pouco amor
Que não se pode nem dividir

Cabe a mim, rir
Enquanto sinto toda a dor
E te falo do que gostei, sincero

Todo o direito do clero
Que manda e desmanda 
E quem sou eu pra te julgar?
Não fui eu quem te fez falar
Nada do que foi feito será perdoado
E tudo o que fiz, no fim...

Foi copiado.

Sobre o Ego e a Mentira

O que é desumano ?
Ganhar um prêmio por ser melhor ?
Tratar mal o que é pior ?
Ou não querer sofrer dano ?

Estar acima do mais pobre ?
Ser feliz por ser um nobre ?
Matar aquele que lhe faz mal ?
Ou desconhecer o seu desigual ?

Sempre querer e nunca ajudar ?
Ter muito sem querer entregar ?
São todos hipócritas

Levando à lógica
Desumano é poder pensar
E mesmo assim não saber amar

                             
                              - Fabricio Lopes -

Sonho vão

Quisera eu, ter poder
Poder Para mudar
Para curar
Ou somente poder

Poder de conversão
Acalanto para os menores
Poder de imaginar
Ou apenas poder tentar

Poder contra os piores
Para poder ajudar os precisos
Poder para libertar os cativos

Poder para dizer não
Porém sou apenas mais um
Sem poder algum

                - Fabricio Lopes -

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Amor maior

Gasto meu tempo
Dinheiro e amor
Gasto violento 
De dias, rancor

Lutas num campo
Forjado de dor
Sua alma é roubada
Pobre amador.

Perdido no meio
Sem nenhuma rota
Sou puro receio

Ninguém mais se importa
Amor idiota
Codinome: DotA

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Aquele Anjo

Ontem eu tive um sonho
Sonhei com um lugar estranho
Meio cinza e um pouco medonho
No entanto me vi um pouco risonho

Havia uma pequena figura naquele tristonho cenário
A doçura do seu sorriso inundava o lugar
Fazia sentir-me bem e querer ali estar
Seus gestos leves e involuntários

Sua beleza era algo incomum
Não me importaria de ficar ali pra sempre
Não se ela continuasse ali presente

Então senti o cheiro de algo comum
Senti o toque macio e quente ao meu lado
Vivendo um vazio que é estar acordado

                                        - Fabricio Lopes -

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

De bala achada

Eu vi tudo passar diferente
Na frente de toda a gente
Ninguém disse nada
E até hoje ninguém diz

A gente se esconde 
Abaixa o nariz
Olha pro horizonte
Só depois da trovoada

Eu vi tudo passar na minha frente
E era tudo inconveniente 
Eu que sou apenas um

Corri pela minha vida
O primeiro alvo comum
Em plena avenida 

Amores reais

Qualquer amor serve
Qualquer carinho
Quando a solidão ferve
E eu fico sozinho

Não é pedir demais
Não deve ser difícil
Amores reais
Sem nenhum precipício

Toda hora eu me sinto só
Mais meia hora e eu viro pó
Perdido na solidão

Que eu chamo "minha casa"
Estendi a minha mão
Me queimei naquela brasa

Vício laranja

Um laranja que acalma
Uma calmeira antes da escuridão
Devagarzinho vai embora
Trazendo em si a depressão

Umas formas coloridas
Que só duram uma hora
Me cura umas feridas
Alegra a minha alma

Já está tudo escuro
O que sinto é saudade
Fico esperando pra ver

Mas não sinto a minha idade
Daqui de cima desse muro
Já vai anoitecer

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pra vida toda

Eu tinha um grande amigo pobre
Vivia no mundo dos loucos
Inventava coisas que não se via com frequência 
E estava sempre em lugar nenhum, longe daqui 

Ele tinha boas ideias, que ao meu ver eram nobres
Uma perspicácia que se via em poucos
No entanto todos falavam da sua estranha aparência 
Falavam do seu cheiro esquisito " um cheiro ruim "

Aquele meu amigo, meus caros
Com a sua tão grande mente
Veio a pensar em algo magnifico 

Meu grande amigo raro
Foi pra longe, pra um lugar diferente
E hoje, eu tenho um grande amigo rico

                                           - Fabricio Lopes - 

À meia-haste

Muda essa tua vida
Sem medo do porém
Não cansastes de tanta ferida?
Olha a diante que tu vais além

Não te digo por bondade
Nem tampouco piedade
Mas por experiência
De pura decadência

Desprezo humano
Que me deixa atordoado
Num país tirano

Num mundo todo errado
Vive isso por mim
Pois já não posso mais ser assim.

Sensatez

Quem você mais vê hoje em dia
Quem você ainda vai ver amanhã
Esses costumes de toda família
Que me deixam doente, de febre terçã 

Ignorância deixada de herança 
Estória contada de boca em boca
Fofoca falada em prol da mudança 
Tudo moldado para uma mente oca

Se você me conta, mas não quer ouvir
Não há discussão, te deixo exprimir
Tamanho respeito que guardo comigo

O ego é maior quando só há um umbigo
Nem pra tudo se tem uma resposta
Na maioria das vezes viramos as costas

domingo, 21 de outubro de 2012

Poço de Maldade


Todo lugar tem uma história
Toda história tem um personagem
Mas nem todo personagem
Consegue a vitória

Vence quem é mais forte
No mundo dos fracos
Tem que se contar com a sorte
E é difícil sair de dentro do buraco

De lá de baixo, no fundo escuro
Onde ninguém lembra do protagonista
A cena é roubada atrás do muro

Para que toda essa intriga se desfaça
O mundo deixa de ser pessimista
Mas ainda é cheio de desgraça.
Obrigado a todos que acompanham as postagens e gostam dos textos, preparei uma surpresa pra vocês, ainda está no inicio então me perdoem a bagunça, mas aqui está : http://www.facebook.com/ovelhojovem  A página no Facebook do O Jovem, velho!  

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pressa de acabar

A gente tenta todo dia acordar
Tenta todo dia aguentar
Mas a vontade de desistir
Nunca deixa de existir

É inefável mas mesmo assim
Eu acho um jeito de dizer
Que mesmo que eu tente ser
Nada nunca vai dar certo pra mim

Fingindo rir na hora
Pra tentar esconder
Que toda a vontade vai embora

Essa coisa de viver
A gente se cansa de tentar
E eu já até cansei de acordar

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O desumano é comum

Não dá pra acreditar no homem 
Que de fato é desumano
As verdades somem
E só o que temos é o cotidiano

Que nos mostra todo dia que podemos 
Podemos ser tudo de bom pra nós
Desde que estejamos a sós 
Mentindo sobre o que fizemos

E quando cairmos, vai ser de uma só vez
Sem muitos arrodeios, uma queda limpa
Para quem fez uma subida suja 

Um toque de genial timidez 
Que sorriso nenhum estampa 
E amigo nenhum estava lá pra gritar: FUJA! 

sábado, 6 de outubro de 2012

Um pouquinho pra cuidar

Quem não tem nada e ganha um pouquinho
Se agarra a isso com toda a força
Mas se o pouquinho não é de agarrar
O mundo cai e só lhe resta quebrar

Quem não tem nada e ganha um pouquinho
Não sabe direito o que fazer, fica meio bobo
Passa o tempo todo pensando no que fará
E acaba por perder o tempo todo pensando

Se um dia o meu pouquinho chegar
Acho que já sei o que vou fazer
Vou fugir pra bem longe com ele
Onde ninguém vai poder me roubar
Aí eu fico lá, observando e pensando
Cultivando todo o meu pouquinho
Tudo o que eu posso chamar de meu

Pena que eu ainda não tenho nada.

Sorriso diário

Mesmas conversas todos os dias
Mesmas pessoas e até os mesmos lugares.
Levanto a cabeça pro horizonte mas ainda assim... Os mesmos lugares.
A gente até que tenta falar aos ventos que estamos felizes
Mas nos falta as alegrias
As vontades,  as esperanças e até mesmo, as vinganças
Um ócio que já faz parte, que atrasa e atrapalha
Que nos deixa sem confiança
É como uma roupa de metal, que se tem de vestir todos os dias
É demasiado peso
E a gente carrega tudo isso... Sem ninguém saber.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

" Parei de fumar "

Parei de fumar porque gosto
Agora eu fumo porque preciso
Olho no espelho com desgosto
Acendo um cigarro e dou um sorriso

Pra cada sentimento, um nome
Que a cada tragada, some
Enfraquece o corpo, me deixa doente
Alivia a minha alma, relaxa a mente

O cheiro não me agrada
Mas me acalma
E todo o resto é trovoada

Paz é quando esquecemos de tudo
Mas a espada costuma ser maior que meu escudo
E metade da carteira já provou da chama

É tudo tão normal

Eu sei que não é por mal
E sei que é besteira minha
Mas porque deixar essas entrelinhas?
Tudo bem, eu sei que não é por mal

Você omitiu por medo, medo de mim
Você deveria saber que eu descobriria
Que eu iria atrás, que eu vasculharia
Mas tudo bem, não vai dar em nada, no fim.

Eu sei que não é por mal
É sem querer que você faz tudo isso
Relaxe, nada nunca é por mal

Eu entendo o seu lado, meu bem
Eu já estive desse aí também
Te peço apenas que assuma o compromisso.

Cafel

É tudo tão chato aqui e o tempo não passa
Os olhos pesam, e as coisas perderam a graça
A inquietude que permanece e me deixa irritado
De manhã cedo e esse tédio, demasiado

Aborrecido e um tanto ignorante
Não digo nada a ninguém de imediato
Pego o café escutando o som da Tv, irritante
O gosto do café amargo, me deixa mais frio e chato

Que diabos de dia insuportável
Muita gente falando ao mesmo tempo
Sobre um assunto que nem sequer é considerável

Eu deveria voltar a dormir
Já que de manhã é tudo contratempo
E tudo que eu quero é apenas abstrair 

Canto Vão

Cansado dessa rotina, as vezes me desespero
Me engano à noite, quando deito, minto.
Minto tão repetidamente que nem sequer, sinto
Não consigo fazer mais nada, então apenas espero.

Conformado e acomodado me torno tudo o que mais odeio
Procurando uma desculpa, muda de assunto, faz arrodeio
Vergonha e dor, sabe o que se passa mas não sabe falar
Fala tudo errado e depois deixa passar

Enterrado na própria desgraça
Comum, ignorado e doente
Olhos apagados,que só tem rancor

Prisioneiro desse mundinho decadente
Que comemora a derrota com vinho servido na taça
E tamanha é a repulsa de ver tanto horror

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Saudade

Brincava, sorria e desfrutava
Acendia um cigarro, doava piadas
Jogava seu jogo, fazia magicas
Nunca revelou o segredo, e a saudade apertava

Hoje dói ter feito birra
Hoje a saudade aperta de novo
Ser jovem demais sempre foi um estorvo
Dentro do que eu conheço, só me sobra ira

Seu sorriso eu ainda lembro
Lembro dos personagens que eu atuava
E hoje choro às vezes, por não ter seu ombro

Eu ainda tenho saudades
E já te procurei olhando pra cima, mesmo sem uma deidade
Eu odeio tudo isso, mas eu já odiava.

Quem te viu, Quem tevê

Essa sua cara séria
Falando sempre de coisas importantes
Já virou até mania
Você ainda ri daquelas piadas? Dos comediantes? 

Desliga essas coisas, desliga essas vidas 
Você só se perde pra ganhar
Mas já foi vencida 
Deixou de viver pra, falar 

Presta atenção, não é besteira
Eu cuido de você
Não se joga a vida fora, por uma carreira

Pensa em outra coisa, segura outra coisa
Não fique a mercê
Não viva em prol de tal guisa

Caixinha

Hoje a gente nem se vê
Quem te viu, nem sabe o que foi
Só sabe que não é mais você
Não dá nem bom dia, só fala fria, um frio " oi. "

Hoje a gente nem se vê
Amanhã eu vou me mudar, mas você nem sabe
Ninguém nunca sabe o porquê
As vezes um sentimento é demasiado grande, e não cabe

Não em todo mundo
Ia ser bom amar todos, quiçá por um segundo
Mas não cabe

Hoje, eu não quero te ver.
Não quero saber.
Não quero que isso tudo desabe

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Foi numa terça-feira à noite

Para um pouco pra pensar
Faz o que é bom pra você
Ou deixa esse desejo dominar?
Levanta, olha as horas, desliga a tevê

E já não está tudo por igual?
O que diabos lhe atormenta?
O que diabos você quer, afinal?
Não grites, sente aí! Respira e te sustenta.

Será que eles voltam?
Eu quero que eles voltem?
Eu só queria ser ninguém

A cachaça acabou...
Olha pela janela, o que as pessoas esperam?
O trânsito parou.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Encetativos & Sinônimos

Ameno, e sem um porquê
Maior do que eu
Olho pra cima sem querer
Raiou o dia pra varrer

Mas de vez em quando
Aquela dor que vem
Rói tudo, chorando
Ia do jeito que convém
Aí lembro do porém

De manhã, de tarde e todo o dia

Seis e meia, já de pé.
Se prepara pro que já conhece
Repete tudo, já perdeu a fé
Deixa tudo passar, finge que não conhece

Não se importa
Fecha a porta
Dá bom dia
Sem alegria

Dita a tabuada como mestre que é
Não liga se tu aprendeu
Apenas repete o seu sermão

Senta aí, bebe o teu café
Foi tudo isso que te ofendeu?
Não chore não.

Sozinho

Nada agrada, nada alegra
Nada sinto, nada.
Um sorriso de fachada
Ou um desses que revigora?

Que diabos tem la fora?
O que é que eu posso e não posso?
Entre tantos partidos, um fosso.
E as vezes a gente cansa de fazer metáfora

Fala sozinho, só pra desabafar
Fala o que tu queres
Fala até faltar o ar

Diz pra eles sem eles verem
Conta todos os seus saberes
E escute as respostas se contradizerem

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Só mais um pouquinho

A prisão que a mente não sente
O corpo que fica parado
Tudo é cantado dentro da mente
Que me deixa enfeitiçado
No meio das fumaças de um cigarro
Estasiado por esse peso carregado
Parado em movimento dentro de um carro
Jogado fora todo o sangue que foi derramado
Por nada mais nada menos, que um pequeno punhado
Um punhado de palavras que flertam a mente
Que de vez em quando, nem sequer é coerente
Mas me deixam feliz por poucos minutos
Esses minutos que eu queria apenas ter
E infinitamente, estender.

Me acha em tudo que olha

Espera o tempo todo, sem se preocupar com o tempo 
Nem tanto com a saudade, pois sabe que é passageiro
Quando é tudo triste, faz-se alegre bem ligeiro
De forma a qual, seja tudo lindo e limpo

Suave como tal sorriso que lhe preenche o rosto
Da forma como observa-me atenta, sem dizer nada
Das datas marcadas de encontros, em agosto
Talvez pense que tenhamos que esperar a próxima outonada

Eu nunca vou saber exatamente como é sua cabeça
Mas me ofereço pra tentar durante o resto da vida 
E não me renderei a nada que me impeça

E você com olhos pequenos 
Me olhar meio curiosa, mordida
Acho que só quer tempos mais amenos 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Fôlego que me dá

Faço o que o me convém fingindo não saber
Que tudo o que tem lá fora é um pouco do que eu preciso
Já que aqui dentro, é tudo tão narciso
Que eu trago comigo o tempo inteiro, guardado no peito
Do poeta que fala bobagens mas não teme em dizer
Que o tempo todo, só pensa em você.

E quanto tempo esperar pra poder-lhe então ditar,de tal forma
Uma simples frase que serve como norma
Que diz suave no vento
E que sempre me traz alento
Que basta então, saber te amar

Mas hão de aprender que tudo é com calma
E aprendem o tempo todo com saudade da alma
Que falta todo dia, sumindo com a alegria
Que repõe no final, pois sinto sua companhia
Mesmo longe daqui, e talvez, mesmo sem notar
De tudo que é, e que há, não só por assim ser
Mas por poder te dizer que tudo o que quero
É apenas estar.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Acordar cedo é


Acordar cedo é complicado em dias de feriado
Na segunda-feira, todo mundo cansado
Na terça todo mundo chateado
E na sexta , feliz, que amanhã já é sábado

sábado, 1 de setembro de 2012

Primeiros pensamentos

Melhor não olhar, deixar passar todo o momento
Melhor esquecer o que viveu, e seguir em frente
Sem esquecer as raízes e os pensamentos
Por tudo que se passou, nada o derrubaria novamente
E que o fizessem cair, levantaria sedento

Esperando o que viesse a diante
Olhando de cabeça erguida, vibrante
Com ares de navegante perdido, mas que sabe o que quer
Sem sequer pestanejar, a primeira palavra que sempre lhe vem, é...
O nome da tal mulher.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Rudimento

Chove em mim, por dentro e por fora, todo o dia
De fora pra dentro sem nunca sentir dor
Trevas em forma de trova que me fazem transpor
Música do fundo da alma, em forma de elegia

Chiste que me espanta tudo que é triste
Mas que de fato, nem sequer existe
Coisa de criança que brinca na rua
Com medo de punição por sua ínsua

O que me faz boçal 
É que o porquê não é mais integral
Por meio do incerto

Que as vezes é correto
Mas nem sempre é carnal 
Pois tudo que sinto, nada mais é que pessoal

domingo, 26 de agosto de 2012

Até a morte.


Tudo bem calmo, tranqüilo
Enquanto espero o tempo passar
E que tudo passe bem rápido, como num piscar.
Eu não preciso de razões para segui-lo

Mesmo assim as possuo
Do mesmo jeito feliz que escuto tuas juras de amor
Eu fico bobo, eufórico e até fátuo
Porque de fato, consegui tudo com o máximo de louvor

Me gabo por te ter, por ter algo tão perfeito
Repito pra mim mesmo, que tenho a sorte
E cultuo todos os dias esse seu jeito

Que é pra mim como a mais bela flor
Que me cativa todo dia, e acho pouco ter-lhe a oferecer apenas amor.
Mas saiba que o meu amor por você, é até a morte.


Apenas dezenove

Sinto-me velho... Tão velho quanto um pinheiro que acabou de envelhecer
Como uma fênix que tenta renascer
Flácido, fraco, desleixado
Perdido em devaneios, acabado

A minh'aura contagia todos por onde passo
Feito um odor fétido, que sai de lugar nenhum
Como um vírus, ali permanece em tudo que faço
Contento-me com isso, acho comum.

Meu humor irônico me faz constantemente irritado
Pesadelos grotescos me fazem acordar assustado
Rezo pra nunca mais dormir

Sendo assim deito ás oito e levanto ás nove.
Receio que essa velhice vá demorar de ir
afinal eu tenho apenas dezenove

                                              - Fabricio Lopes -

sábado, 25 de agosto de 2012

Nunca vai sumir

A saudade cresce a cada dia, o amor nunca vai diminuir
O frio que a chuva traz, o cheiro do café... Qualquer coisa me lembra 
E tudo isso sou eu, me certificando a cada momento que nunca vai sumir.
O tempo todo, ajeitando as coisas, arrumando, montando uma contramanobra

Algo que mude o curso natural das coisas
Porque as coisas costumam dar errado pra mim.
Vou levando tudo com pinceladas nas brisas
Brisas que de vez em quando, me alegram por virem com o seu cheiro de jasmim

Me machuco todo dia que acordo e não vejo nada
Um nada, bem em cima do lugar onde o meu mundo deveria ficar.
E cada minuto que se passa é como se fosse uma década

Em meio a tantas coisas que eu posso ter e que eu tenho...
Eu largo tudo por esse seu contenho
Apenas espero o dia em que vou me mudar.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Pense num cara feliz

Impossível pensar em meio a tantas confusões, difícil se manter estável quando tudo começa a dar errado.
Você nem sabe das coisas que eu penso, você nem se interessa em saber
Eu aqui escrevendo um texto sobre você, e você provavelmente em casa, cantando desafinado.
Ia ser bom ter um tempo sem ter que me preocupar, sem ter que aguentar, sem ter que doer.

Desculpa por ontem, tá bom? Foi sem querer, eu não quis dizer aquelas coisas.
As vezes eu me lembro do seu abraço, que por um segundo foi eterno em minha mente.
Hoje tá tudo diferente, parou de chover, agora só temos brisas
É difícil trazer as coisas ao normal, eu sei que fui imprudente 

Mas hoje estamos bem e não penso mais naquilo
As brisas são outras e o mundo está tranqüilo
O que eu faço da vida agora é esperar

Confusões o tempo todo, mas nada me impede de viver
Viver o sonho que sempre estive à acreditar
Tudo que eu faço, é pra poder o seu sorriso, ver.

De todos, irmãos

Imagens torpes de momentos legais
Momentos que não podem ser apagados
Nem dissolvidos por discórdias ou ao menos negados.
São fortes os laços que prendem, como irmãos

Cumplicidades extensas, quase letais
Segredos inóspitos, obscuros, contados durante um tempo.
Brigas... Porfias, abraços, sorrisos ao vento
Gostos, saudade, conhecem a essência como as palmas das mãos...

Não há nada mais genuíno que uma grande amizade!
Sim, é como ter algo que nunca vá se quebrar
Algo incrivelmente forte, te faz querer pugnar

Um ato incompreensível, ingenuo, transparente
De tão puro lhe faz ficar distraidamente contente
E que tem muita boas qualidades, entre elas a infiel lealdade

                   
                          - Fabricio Lopes -
 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Meu problema é você.

Quantos problemas a gente precisa resolver até tudo dar certo?
Quantas noites eu preciso perder pra você entender que eu não vou perder?
Tudo que eu faço é usar o que vem, contra você e você não consegue entender.
Esse seu jeito de falar as coisas da pior maneira e deixar um ponto final em aberto.

Essas coisas que eu tento explicar e nada entra na sua cabeça
Essas noites que eu tento ficar e você apenas repete pra mim  " - esqueça . "
Palavras de fatos que se perdem em interpretações alheias em meio as cinzas
Cigarros que não terminam a vida por causa do café que me cobre de trevas

Coisas demais pra falar, porque eu penso demais em pouco tempo
Tempo de pensar. Tempo de falar o que eu tinha com você.
Você sempre arranja algo pra destruir o que a gente faz, sempre com um contratempo

É isso que me dá raiva, é isso que me deixa acordado, todas essas decadências
E eu aqui te exaltando, e reclamando de tudo que você deixa à mercê
E eu só passo por tudo isso... Por que me sobra paciência

domingo, 19 de agosto de 2012

Lacuna

Vejo você, sem querer
Longe daqui, bem distante
Queria poder te prender
Como o sorriso da criança na frente do comediante.

Saudades sem sentido, umas três palavras suas alegram meu dia
Vontades sem sentido, pensamentos irrefutáveis de grandes ironias
Que quando a noite chega, me abalam o peito como um soco
E é retribuído por um pensamento oco

Eu vou te esperar, é o que tenho, não consigo fugir.
Vou continuar te vendo, mesmo sem você por aqui
Por mais que tudo dê errado, e a vida insista em punir.

Não nasci pra desistir, e você é o ponto alto da história que vou escrever.
Poemas jogados fora, se não puder te ver.
Eu ainda vou largar tudo e viajar até aí.



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ídolo

Nunca teve vícios, apenas muitas curiosidades
Sempre insatisfeito com as idéias do mundo
Ele se pôs a um plano para o futuro, um projeto de riqueza e prosperidade
Sucesso que o espera com certeza, em meio a todos os outros...Vagabundo

Desatento e esquecido, muitos o chamaram de louco
E mesmo assim confirmaram a genialidade
Sempre disposto a ajudar, mesmo que fosse pouco
Mesmo quando não tinha vontade

Fez o que pôde, enquanto pôde.
E ainda pode!
Sonhar com uma vontade de criança em encantar com seu timbre.

Enlouquecer em meio a solidão de estar entre amigos que pouco tiveram melindre
Em meio a tantos odes
Com prazer de ir amiúde

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Clichê


Eu só não sei se consigo mais sorrir
Se suas piadas ainda me fazem rir.
Você fala coisas pra lembrar os velhos tempos, eu só queria viver o agora. Como antes.
Eu só queria poder trazer pra perto de mim, coisas assim, tão distantes

Não que eu tenha me cansado de tentar, cansado de escrever e até mesmo de falar
Eu só não sei se é isso que você quer, se você quer continuar.
Falar de mim é cansativo, queria poder falar de você pras pessoas
Queria falar que o que restou, não foram apenas mágoas

Falar essas coisas agora só me faz mal , só piora o que eu tenho por dentro
Ouvir essas coisas agora, só te faz mal, só piora todo esse momento.
Sinto muito , mais uma vez, sinto muito por você.

Não deveria escrever tais coisas, não deveria julgar tanto assim
Deveria deixar passar e esperar o tempo... enfim
Já cansei de demonstrar que te amo, e hoje em dia é tudo tão clichê.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Soneto

Foi muito rápido quando aconteceu, uma escolha errada e então fim.
Sem pensar em nada, mergulhei fundo
Lamentavelmente, não pensei em tudo
Somente dei as costas, estava tudo certo pra mim

Lembro-me de um abraço e um meio chorar...
Deus! O que eu não daria pra voltar
Um rosto bonito, desafio, inteligência. Triste ilusão.
Encontro-me envelhecido e sozinho, então.

O tempo passa depressa, as lembranças insistem em me castigar
Alguns pensam "todo castigo é pouco"... Será que vai ser sempre assim?
Eu sei, se quebrou, mas não tem clemencia pra mim?

Droga! Era imenso... Devia ter me contentado.
Até uma criança boba , contenta-se com o pouco que lhe é dado.
Acho que Deus pode fazer algo por mim, mas por hora, temo que essa dor nunca vá terminar

                 - Anônimo -

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dúvidas à parte

Onde tudo foi parar?
Ainda estamos no mesmo lugar?
Não lembro de nada, o verde desapareceu.
Árvores, casas, pessoas, então tudo escureceu.

Onde estou? Será minha casa? Mas é tudo tão estranho...
Não tenho frio, nem fome. Na verdade é tudo confortável.
Só lembranças aqui, ali, Instável.
Apertado por dentro, num espaço sem tamanho.

Só escuto minha própria voz, alguém sabe quem sou?
Eu sei? Onde estive, onde vou, é tudo real ou ilusão?
Espera! É isso? - Algo começa a clarear -

Duvidas, clarões, um pensamento vil que de repente parou
De tudo que tem aqui, nada conheço, mas é bem familiar. Verdade ou não?
É isso sim! Ou não parei de sonhar?

     - Matheus Matos , Fabricio Lopes -

domingo, 22 de julho de 2012

Sobre as cinzas na janela

Escondido de noite, parece até ser frágil... mas é prova de superação.
Não abaixou a cabeça nunca, principalmente quando era pra pedir perdão. 
Tardes em ócio , livros pra ler. Suas frases sem sentido já não querem ser mais escritas.
Era como se as coisas estivessem voltando anos antes, você se lembra daquela garota bonita?

Um chá, uns biscoitos, um cigarro. Janela embaçada , consequência da chuva.
E já vem chovendo há muito tempo, talvez seja por isso que eu não saio mais.
Pela janela dá pra ver uns pássaros pretos, talvez me esperando. Frouva.
Idéias passam pela minha cabeça o tempo todo, como numa criança vendo TV, mas as minhas são reais.

Dormir já não me conforta, tento ficar acordado o maior tempo possível 
As vezes encarar é melhor do que fugir. 
E eu tenho medo de pesadelos, com tudo que venho passando, é compreensível.

Pessoas que procuram ficar sozinhas pra pensar... Refletir... Agora faz sentido porque sou assim.
Ia ser muito bom poder deixar tudo aqui e simplesmente sumir. Sair.
Mas nunca fui de correr, mesmo quando tudo está pra cair. Mesmo quando tudo está ruim.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Réu

Um gosto amargo na boca , um gosto de quem viveu tudo que tinha de viver.
Um odor que circula ao meu redor, mas que não vem de lugar algum.
Aqui , sentado, cantarolando uma velha canção, eu penso que talvez o mundo deva ceder
Esse lugar já é velho demais pra revoluções, nos resta as lembranças e os amores, quiçá, dos dois, nenhum

Toda a melancolia , a solidão... E essa repugna as cousas que temos ao redor, não consigo entender.
Se eu vejo as cousas do jeito certo, será que todos veem do mesmo jeito? Sentem o mesmo cheiro?
É fácil ter uma percepção quanto as cousas que fazem, mas... Qual o por que de fazer?
Levanta esse nariz, olha pra frente, seja uma pessoa por inteiro!

Homem, animal, descrente, feliz, desatento. Uma parafernália sem fim de cousas que temos por dentro
Cousas que sentimos e que guardamos, é tudo um paradoxo , é tudo muito irritante
Não que o culpado seja você, eu não quis dizer isso, mas olhe pra si mesmo, você podia ser o epicentro
Bastava querer. Então não julgue assim! Que diabos , pra ser homem não precisa ser arrogante!

Basta ser justo, em todos os ângulos , saber o certo e o errado
Ser amigo, ser amante, nunca inimigo. Sempre aliado.

Um Brinde

De que lado está a justiça?
Todos cegos por dinheiro, fama e cobiça
Grandes homens amargurados, sem vontade de viver
Com muito dinheiro e pouco saber

Mas como anda o músico que canta lindamente?
Ou o poeta que conduz as letras com maestria...?
será que a eles falta alegria?
Ou vivem um dia de cada vez, constantemente?

Um brinde aqueles que levam a vida se deixando levar ...
De um modo só deles, bonito, peculiar
E que sejam recompensados por sua força de vontade

E aqueles pecuniosos, banhados na vaidade
Que lhes seja imposta a justiça, incondicional
E aprendam um pouco de ética e moral

                 - Fabricio Lopes -

Enfim o amanhã?

Hoje a tristeza lhe faz bem
Falta coragem para prosseguir
Não a nada que possa fazer-lhe rir
Anda escutando sempre aquele velho réquiem

Ontem a tristeza o acometeu
Tudo que era belo e gentil nesse mundo morreu
Uma grande dor se apossou do seu coração
Já não quer mais viver em vão

Pois ante-ontem estava feliz, beijos molhados a beira da lagoa
Brincando, cantando, sorrindo atoa
E uma grande tragédia aconteceu

Aquele belo sorriso desfaleceu
Carrega um grande e pesado fardo
 E pretende viver até o fim desolado.

          - Fabricio Lopes -

quinta-feira, 19 de julho de 2012

É tudo que temos.

Eu conheço esse cheiro... É de suco de maçã , não é? (...)
Maracujá? Eu sei que conheço esse cheiro, é de beber. É um cheiro doce.
Não o perfume de Madalena, mas como o amor de mãe, é um cheiro de casa...
Eu conheço esse cheiro, só não consigo me lembrar de onde, exatamente, porque você não me diz?
Eu sinto que você está me escondendo onde achou isso, vamos, diga logo!

É como se isso fosse a minha essência, sem saber. Como se tu tivesse me mostrado a minha mãe.
Incógnito, nostálgico, desatinado. Perdido em meio a esse cheiro que só me trouxe felicidade
Ironias, em meio a verdades que só serão ditas anos além, se conforme.
É o que temos pra hoje.

Akai Kage


Passos ecoam no eterno das eras
como dados na mesa de um jogo de azar,
ou elos de vidas passadas a lembrar
d'um caminho ou vereda cercado de feras.

Quantos mortos deixei na minha vida de guerras?
Na lembrança são tantos que não posso contar,
e nem encontro motivos que me façam parar
de tornar carmesim esses vales e as serras.

Sinto um toque gelado e o ardor de um corte.
Cinco dedos azuis despedaçam minh'alma
que se une e domina outro corpo em agonia.

Vai marcar outra vida na forma de trauma
que será mais cruel dentro dessa porfia
pela dor da verdade e o abraço da morte

                    -  Leonardo Paladino  -

Triste agonia



Um frio estático ao sol poente
Um cigarro a fumar, o sol a olhar...
Passos apressados que tornam tudo primitivo e vil, relativamente
Uma vaga lembrança de quando era criança, e faz agoniar.

Bons momentos no quintal a sorrir, ou contentar-se por uma boa musica ouvir.
Dias ensolarados, de mãos dadas a andar, abraçados a conversar
Já não importa tudo isso, não tem sorriso a reluzir...
Pois nada que um dia foi como era vai estar.

Mas por que então boas obras estarão sempre intactas a te observar?
Não poderia ser assim com os momentos, as pessoas, e todo o resto?
talvez sim, talvez não ... e é isso o que eu detesto

No entanto estou aqui, observando, lembrando e o mesmo cigarro a fumar
Pode ser que obtenha outra oportunidade de acerto
E então farei tudo o que eu não fiz, direito.

                          - Fabricio Lopes  

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Confusão de fumaça

Um cigarro um café, um samba pra contar uma história de futebol
Uma serenata mal cantada , uma busca por um espaço debaixo do seu lençol
Nostalgia, uns tempos atrás eu tinha uma vida de joão, maria.
Uns tempos atrás pra voltar, era tudo que eu queria

Uma parafernália dentro do homem que não se cansa de sentir
Um sentimento sem nome que Deus fez questão de omitir
O homem que sempre teve a chance de fulgir agora é escurecido por si próprio
Num lugar distante cheio de pensamentos mas vazio e sem vida , impróprio.

A feira , o mercado, pessoas , pobre alma que não peca e que sofre os pecados da carne
Uma felicidade por te ver, um sorriso escarne
Saudade de alguém , algo , uma boa hora para um réquiem

Madrugadas em claro, de tão claro, fazem noite meu dia
Eu que nunca fui de chorar, hoje, senti tudo de uma só vez.Tamanha ironia
De gente triste já basta eu, vou pra cama dos mendigos,onde todos riem.

Culpa

Mentira!
É mentira! Não pode ser.
...
Inaceitável... Veja você mesmo, olhe pros lados, não é inaceitável? Você, a melhor pessoa do mundo, a pessoa que mais te agrada, vivendo dessa forma! Com todos esses outros lhe causando problemas... Tsc!
Que vida injusta é essa? Como as pessoas podem fazer coisas assim com seres tão perfeitos? E se tudo fosse mais simples? Mais fácil...Mais feliz? Se eu e você, fôssemos nós. Não seria bom se pudéssemos ficar na rua até de madrugada sem ter que se preocupar com o que tem na escuridão!? Sem ter que se preocupar com nós mesmos, eu falo por você, falo por mim , e por quem está na escuridão, também! Não seria bom sair de dia? Foi você quem fez.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Nada parou


Quando foi que a felicidade começou a sumir de seu rosto ?
Você não viu isso acontecer? Como você pode deixar isso te esconder?
...
Acho que lhe falta algo, um amor, uma vontade de viver, algo pra fazer. Já fizestes de tudo, é isso? Pois me prove, então! Eu quero que me mostre tudo que já fez!
A HÁ! Você não fez muitas coisas, só fez muito de poucas coisas, levanta dessa cadeira, olha pela janela, alegra-te, o mundo  não parou junto com você, ande junto com o mundo!

Soneto - 60 aos 16

Acordar todo dia cansado, levantar e tomar um café
Escovar os dentes, tomar banho, acordar pra vida de um jeito estafe.
Mas não hoje. Hoje é diferente, não sinto vontade de nada, só de ouvir uma boa canção
De falar de amor, de ... Sentir um cheiro de carinho no ar, de viver com emoção.

Lembro de quando tudo começou, era como se o mundo fosse pequeno [...]
Mas o mundo provou que é grande demais, que tudo que faz é bonito e sereno.
Eu ,que já velho , sofro com as dores na alma , assim, só me resta amar o corpo
Carne, sangue - Irmãos - todos iguais, asas, pássaros. Porco.

Eu queria comprar um lugar pra morar, chamar de " minha casa "
Será que da pra morar onde o homem não pode entrar?
Um lugar que me sirva de alento e me queime na pele, feito brasa 

O lugar que vou comprar é bonito, mas só eu que posso ver
Ele nem sempre é calmo e manso, as vezes ele se irrita demais, nas outras só quer chorar.
Esse lugar é longe de onde estou, mas estou sempre por lá, vai anoitecer.