quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mariposa

Na janela de minha casa
Pousou a mariposa
Suas pequenas belas asas
À procura de amor

Enganada pela luz
Foi torrando com o calor
A esperança de amar
Que eu vi na mariposa
Me fez acreditar que nem tudo é perfeito

Esfreguei olhos vermelhos
E tentei sorrir
Pois de todas as feridas
A maior bandida
É a dor do próprio amor

Enganada a mariposa
Eu me pus então a pensar
Eu mesmo sou a mariposa
Que morreu por tentar amar?

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

I

    
A vida tem vários sentidos
E quase nenhum motivo
A vida em si, se baseia no corpo, mas só pode existir por conta da mente
E entre corpo e mente, se vareia de pessoa para pessoa
Em casos mais adversos, os dois.
      II
Cavei uma cova só pra mim.
Cavei fundo, pra ninguém me achar
Mas quero que me encontrem, quero que achem minhas ideias
Não meu corpo.
Tenho problemas com ele.
Quero que me encontrem e pensem sobre isso
Quero que achem e reflitam sobre!
Não que achem e admirem, ou repudiem 
Apenas reflitam
E o que mais eu poderia fazer se não escrever?
A vida tem vários motivos
E as vezes, pouco sentido
Sonhos, devaneios de uma mente que pouco viveu, mas de quase tudo extraiu 
           III
Devaneios os meus, os quais perdido na noite, sento e escrevo
banais, pavorosos e até mesmo, inescrupulosos!
Pontos, virgulas, e interrogações demais.
Correndo de um lado pro outro, pensando em como explicarei tais coisas a você, caro leitor
Que até então, leu até aqui e não conseguiu ainda me entender
No mais, teve apenas ideias que refletiram sobre você mesmo.
Não é engraçado, como eu escrevo sobre mim, e você lê sobre você?
            IV
Mundo cão.
Virado, reduzido a nada, e a um todo que vai repercutir a nossa vida toda
Enquanto a vida durar, e que dure até o sol raiar.
forca, cova, faca, fuga.
Escapem enquanto ha tempo, pois sofrer de uma só vez vale mais que sofrer pra todo o sempre…Ou melhor, todo o resto!
De morte, porque de vida é simples de se falar.
Poderia descrever a vida em uma só palavra: INJUSTA!
A injustiça da vida consiste na própria existência dela mesma. 
Ninguém pede pra viver sem antes já ter vivido e se soubéssemos que pediríamos pra viver um dia, não pediríamos pra nascer.
Talvez, agora, depois de tantos devaneios noturnos, esteja claro pra mim, que nada mais importa, senão, um simples sopro de vida
Alguns prazeres, pequenos, que prendem a vida ao corpo, e mente o que se prende.
Mas, quando foi que parei de viver e passei a sobreviver sobre as coisas que me rodeiam?
Acho que foi desde que nasci.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pão.

Um modo de começar a pensar
Escrever o que tiver pra falar
Já que as conversas não fluem
Do modo como deveriam

Fala de amor é brasa
É ardido e confuso
O tempo obtuso que me atormenta

Eu paro, eu fumo.

 Fumar
momento pra suspirar

Uma rima pra um poema inteiro
Que há de passar sem ser lido
O tempo gasto escrevendo
Pra alguém apenas ignorar

Não irei te mostrar
Pois, meu bem...
O que é meu
É teu também

Até as dores e o medo
Principalmente esse, de te perder.

De usar a mesma rima
De fingir que sei escrever

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Segunda-feira

Condenado a vida
E ao medo da morte
Quais tempos de sorte
Seriam esses, os quais vivi
- Pobre poeta -

Ei, meu bem, não se chateie
O tempo é nosso outra vez
Hão de haver outros dias
Amenos, pequenos,
Como você.

Ei, não me faça chorar
Eu fiz tudo pra te agradar
Eu cerquei tudo ao redor
Enquanto na garganta
Amarrava o nó.

Condenado a vida
E ao medo de viver
Trancado nos sonhos
E o prazer de esquecer ( nunca há de ter )
Um só lugar no mundo
Em que eu encontre você.



domingo, 15 de setembro de 2013

Dragão sem tesouro.


Guardo suas fotos
E finjo que ainda é você

Fui dragão enquanto você era tesouro

Morri lutando, ensanguentado!
E por fim, aviltado por você.
Que mesmo chorando, continuou a dizer.

Amar pra sempre é nada ter
Amar pra sempre é mentir

Você me amou o quanto pôde, eu ainda posso
Mas nada tenho, e ainda minto.

Você tripudiou de mim o quanto pôde.
E ainda choro.
Mas tudo bem, eu também minto.

Meu bem, meu mártir.

Enfim me conheço
Do tempo que estive aqui,
Talvez, as vezes sorri,
Mas quem enfim poderá dizer?

Enfim me conheço
No começo e no fim.
Enfim eu me perco
Por onde você está por ir

Meu bem, meu mártir,
Vivencio o papel de vilão e herói.

Encravei uma faca no meu próprio peito e continuei vivo.
O espaço que há entre você e o abismo
O espaço que há entre mim, e o céu.

Foi-se o tempo que eu me amava
E retribuía
A zona de conforto acabou
E eu me matava
E retorcia

Agoniava.
Até enfim
(...) Voltar a me conhecer.
A grande festa
Estampada na cara
Em cada um
Que empunha a espada

"Ei! Você! Olha aqui. Aqui eu."

Assim, o mundo se rendeu
E quanto mais " Aqui eu " melhor
Por enquanto... Antes de tudo virar pó.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

II

Nas plantas mais belas
Existem espinhos,
Das vozes doces
Aos olhares mesquinhos

Das noites acordado,
Sozinho.

Do outono vermelho
Da morte das árvores

Você, meu raio de sol,
Deixou morrer as flores
Que eu te dei,

Deixou apodrecer
Como folhas no outono,

E eu sorri
No meio do choro, do soluço,
Sorri porque sempre soube
Que não deveria
ir

I

Num mundo em que todas as notas já foram tocadas
E as rimas, então, rimadas
O poeta as vezes tem que parar e pensar;
O que então se está a demonstrar?

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Vida oblíqua

Escolhi o simples
O cuidado acabou
Virei mais um acabado
Desleixado e sem pudor

Feio e derrotado
Preguiçoso e viciado

Onde foram parar os sonhos?
Os cuidados e amores,
Tudo se acomodou

Os jogos de azar me acabaram
E os sapatos não combinam mais

O sono se esvaiu da noite
E minha métrica também foi embora com o tempo
Eu que era todo certo, me vejo errado e desatento
Perdido na sala, sem nada escrever
Poemas tortos em papeis de atividade
Pra tentar absorver a culpa do dever
Que eu deixei de cumprir

A preguiça me aporrinhou até eu desistir
Escrevi errado e tentei corrigir
Pra consertar nunca é tarde
Mesmo errado, já fez arte
E de todo o tempo que eu tenho
O amanhã é a essencial parte

ZzZz

Uma noite perdida
Dois dias seguidos
Tomei uma rasteira do tempo
Mesmo deitado em meus aposentos

Duas noites perdidas
E ainda sem sono
Quem, enfim, é o dono
De mim?