sábado, 23 de fevereiro de 2013

Num sábado de manhã

Ai, como é que tudo isso
Feito assim, de tal maneira
Fez-se bem a vida inteira
E ninguém se perguntou?

Ai, se é essa a verdade
Que então me enganou,
Por que de tanta enganação
Se no fim é tudo passageiro?

Aí, se a vida fosse longa,
Se os dias fossem curtos
E o sol se pusesse de manhã.

Ai, que dor que seria
Acordar todo dia
Sem ter que levantar,
E o tempo, estando assim,
Há de passar
Sem ao menos refutar
O que a dor tem de melhor.

E os dias... Ai, os dias,
Tão cheios de solidão
E mesmo assim, felizes
Por si só, então,
E mais uma vez
Largado no véu de escuridão
Fez-se noite onde havia luz
E mais uma vez,
Pregados na cruz
Temos que viver
Até que então
Um belo dia
Seja tudo
Em
Vão.

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