sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Daqui à sei lá

E daqui à dois anos
Daqui à dois dias
Quem sabe, noites frias
Me aguardam por sob a moita 
Me esperam pra sofrer
Como quem já não sabe ver

E daqui à dois anos
Daqui à dois dias
Quem sabe eu não esteja mais aqui
Talvez eu só esteja. 
E não sei se alguém me procura
Se alguém me fareja
Se alguém liberta, se alguém me cura.

Nego tudo o que sou e as vezes tudo o que tenho
Pouco que seja, fodo os meus olhos, fodo minha vida
Acabo largado no canto da cama, papéis demais,
Anos demais. Dores na carne cicatrizariam mais rápido.

Eis que então me pego sem moedas
Não se pode atravessar.
E ficar aqui parado, não vai trazer você
De nenhum lugar.

E daqui à dois anos, espero não mais estar

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