segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


I

É grande, sabe?
E pesado.
E eu venho carregando isso, pra lá e pra cá…

Já faz algum tempo.
Já faz tempo demais, e mesmo assim…
De noite.

II
O sol nem entra mais no meu quarto
Portas e janelas fechadas
“Não quero nada, nem ninguém”
Repito isso pra mim,
Esperando que alguém escute e entre no meu refúgio
E me arraste junto, até além das casas,
Além de tudo isso e além da vida

Por que viver assim, já não me faz sentido algum

III

Hoje levantei e tive a chance de ter algo de novo
De novo, outra decepção
Ontem, tive uma noite auspiciosa.
Que terminou de costume, com lamentação.

Os cigarros acabaram
E francamente eles nem ajudam mais.

Escrever essas coisas também não faz diferença
Um abraço mudaria tudo, mas ninguém se abraça hoje em dia.
Acho até que é errado. Deve ser…

O pouco que eu tenho a vida me rouba
As pessoas tiram, os olhares julgam.

E é tão solitário aqui.

IV

Já não me concentro, já perdi a calma
Já perdi a fé e a esperança de melhorar.
Não há Deus, não há homem

Só animais e um ser solitário parado no meio.

Um ser solitário que ama a todos, e perde um pouco da alma, todos os dias
Por se arriscar em ama-los

Não há nome, não existem nomes, são todos iguais
Animais, todos podem amar
Tolo o que amou primeiro.

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