sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Um diálogo casual

-Esse mundo virado, seu moço...Esse mundão não é mais a mesma coisa.
 Gente construindo trens enormes, casas gingantes, já pensou se isso cai por cima de alguém?
Eu não sei de motivo pra ter tanta coisa. É coisa de mais pra pouco gente, e pouca coisa pra gente demais.

- Mas isso é questão de tempo... O tempo passa e só piora, e temos muito tempo no passado.
Muito tempo jogado fora, muito tempo desperdiçado, a ciência evolui, mas o homem só se atrasa, nós fomos direto pro que é brilhante, pulamos o básico, por isso que o simples ainda impressiona a gente...
Nós não aprendemos a amar, ninguém sabe o que é amor. Nós nos esquecemos de respirar.

-É tudo tão errado, mas é tão simples de resolver! Eu nunca vou entender essa vida mendiga que eu levo.
Levo aos olhos do povo, já que viver da terra é o mais fácil (...).
Eu só queria saber se antes de morrer ainda verei um sorriso sincero de amor. Veja só, não tenho filhos, nem mulher... Sou um perdido no mundo, vim de passagem e me perdi na cidade. A angustia que me corre as veias cairá junto comigo, com essa sorte toda que tenho, capaz de nem enterro, ter.

- Não diga besteira, homem. Hão de lembrar de você! EU lembrarei de você!

- Mas aí... quem vai lembrar de tu quando for sua vez?

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