Fechava o tempo nos céus,
Um mundo de trovoadas,
Na vida o ódio, o fel,
Os anjos, e a morte calada.
Vidas passadas diante dos olhos
Humanos, tremendo de puro cansaço
Os dias gastos, a dor, o aço.
Uma confusão nas ruas, trambolhos;
Quem conseguiria ser feliz num mundo de mentiras?
[...] Tínhamos eu e ela, uma ilusão adequada
Pintada em aquarela
Da forma mais delicada
Tínhamos o que podíamos
E fazíamos o que queríamos
"Nada de mentiras, meu bem, nada de mentiras."
Os anjos observavam tudo de lá de cima
O mais bonito deles, com seus olhos, subestima.
"De onde tal amor poderia surgir?
Impossível tal semblante pacífico, em um mundo caótico, existir."
Cá estávamos nós
Num quarto escuro, a sós.
O anjo, emulado e cheio de dúvidas, profanou com sua doce voz:
De onde, escória do mundo, vieste tal glória?
Onde encontraram em meio a tanta desordem
Uma tão doce e efêmera poesia?
Em meio a tal tirania,narcísico,
Do céu o primeiro caía
Com asas abrangentes
Já queimando em enxofre
O primeiro dos anjos,
Oh céus, mas que motivo.
O amor que era divino
Matou a mais bela face do universo.
Nem mil poetas descreveriam tal dor,
Nem com cem mil versos de amor.
Os outros observaram e no céu se pôde ver
O primeiro amor do mundo
Que fez o mais belo anjo,
De inveja, morrer.
─ Matheus M.
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