quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O primeiro amor do mundo

Fechava o tempo nos céus,
Um mundo de trovoadas,
Na vida o ódio, o fel,
Os anjos, e a morte calada.

Vidas passadas diante dos olhos
Humanos, tremendo de puro cansaço
Os dias gastos, a dor, o aço.
Uma confusão nas ruas, trambolhos;

Quem conseguiria ser feliz num mundo de mentiras?

[...] Tínhamos eu e ela, uma ilusão adequada
Pintada em aquarela
Da forma mais delicada

Tínhamos o que podíamos
E fazíamos o que queríamos
"Nada de mentiras, meu bem, nada de mentiras."

Os anjos observavam tudo de lá de cima
O mais bonito deles, com seus olhos, subestima.

"De onde tal amor poderia surgir?
Impossível tal semblante pacífico, em um mundo caótico, existir."

Cá estávamos nós
Num quarto escuro, a sós.
O anjo, emulado e cheio de dúvidas, profanou com sua doce voz:
De onde, escória do mundo, vieste tal glória?
Onde encontraram em meio a tanta desordem
Uma tão doce e efêmera poesia?

Em meio a tal tirania,narcísico,
Do céu o primeiro caía
Com asas abrangentes
Já queimando em enxofre

O primeiro dos anjos,
Oh céus, mas que motivo.
O amor que era divino
Matou a mais bela face do universo.
Nem mil poetas descreveriam tal dor,
Nem com cem mil versos de amor.

Os outros observaram e no céu se pôde ver
O primeiro amor do mundo
Que fez o mais belo anjo,
De inveja, morrer.

─ Matheus M.

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