Sem pressa.
No meu mundo
Havia um punhado
De escolhas mal feitas
E caminhos errados
Um pouco de angustia
Que pesava
Com a culpa
De não ser o suficiente.
Eu que era diferente
De todos que conhecia
Me sentia
Deslocado
Sem ter o que dizer
Nem o que fazer...
Um dia após outro
Me fazia penar, sem ter alguém perto.
Com a sina que me cabia bem
Envelhecia depressa
Vinte e quatro horas de cada vez
O que talvez
Fosse bom pro meu estado de espírito
Rígido
Eu era com os meus pesadelos
Mas as vezes os abraçava a noite
Quando chegavam de mansinho.
De dia eu alternava
Entre ficar bêbado
E escrever sobre minha estupidez
Pensava no que eu era
No que eu fui
E se ainda seria algo
Sem sucesso com isso
Não chegava a lugar algum
Afinal, nunca chegamos a lugar algum ...
Chegava o verão
E eu não tinha nada
A não ser a minha tê vê..
Quebrada
Por sinal ..
Vinha o outono
E a minha solidão era ainda maior
Tudo se desfazia
Ao meu redor
E o abandono
Era o que eu mais via
Em tempos de frio.
O inverno
chegou ...
E congelou o meu inferno
Mas não amenizou a dor
De estar sozinho.
Os dias passavam
Como sempre, devagar
Um a um, como se não fossem acabar.
E você chegou
Me arrancou
Da concha onde eu me escondia
Me trouxe consigo
Me salvou do perigo
Da morte iminente ...
Me mostrou suas memórias
E eu disse: já era hora!
Eu me lembro bem
No dia vinte de setembro
Eu saí do meu final
E no outro dia ...
Primavera.
- Fabricio Lopes -
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